Capitulo 7- Hora do Teste

296 49 71
                                    

~ Benjamin.

Primeira vez em cinco anos que eu dormiria em um lugar sem ser a base 89 e mesmo assim, não consegui pregar o olho por um minuto sequer. Milhares de pensamentos vinham em minha cabeça, mas um em especifico, com olhos incríveis. Agora que sabia seu nome, percebi que nenhum outro combinaria tanto quanto esse. Não me surpreendi quando ela leu a mensagem, algo em mim dizia que aquilo era só um pouco do quanto ela era capaz. Nunca gostei que me olhassem por muito tempo, tinha medo que notassem o quanto sou mais fraco que aparento ser, mas quando ela me olhou como se me estudasse eu não me sentia assim, sentia como se quisesse que ela passasse horas me olhando, como eu gostaria de passar olhando para ela.

Desistir de tentar ir dormir e caminhei em direção a mini varanda do quarto em que David dividia comigo. O sol estava começando a nascer, a cor alaranjada se espalhava pelo céu e os passarinhos começavam a cantar, como se agradecessem por mais um dia de vida. Sentei-me em um banco ali perto e decidi desenhar em meu caderno para passar o tempo. Escrever sempre foi minha paixão, mas desenhar não ficava muito atrás, todo o jeito que eu podia expressar meus sentimentos e frustações era bem vindo.

– Acordou cedo em amigo? – Disse David bocejando atrás de mim – São o que? Umas cinco da manhã?

– Acho que sim, eu não consegui dormir de novo – Voltei minha atenção para o desenho.

– O que está desenhando? Deixe me ver – E pegou o caderno da minha mão.

– David! Devolve aqui cara – Tentei sem sucesso pegar o caderno de volta, mas David era maior e mais ágil que eu.

– Olha só! Pelo jeito essa garota conseguiu mexer mesmo com sua cabeça não foi? – Ele riu e me devolveu. Fechei a cara o ignorando – Relaxa cara, ela é bonita e pareceu bem interessada em você.

– Não importa, temos outras coisas para se preocupar não é? Tipo o fim do mundo – Fui para o mini banheiro que tinha no quarto lavar meu rosto.

– Por isso mesmo! Não quer perder o bv antes de morrer? – Pego o travesseio mais próximo e jogo nele com toda a força – Calma! – Ele ri – Só estou tentando amenizar o clima ruim.

– Você podia tentar amenizar esse seu bafo ruim que eu estou sentindo daqui – Ele coloca a mão cobrindo a boca e o nariz e assopra, depois faz uma cara feia.

– É, acho que você têm razão – Não aguento e rio junto com ele.

Depois descemos para tomar o café da manhã oferecido pelo hotel. As duas xicaras de café me ajudaram a ficar acordado, não que eu precisasse, porque estava tão ligado a vários pensamentos que o sono era o ultimo deles. O caminho até a base foi longo porem tranquilo, era de se espantar o quanto aquela cidade era deserta, se via apenas alguns carros na rua e uma ou outra pessoa andando por elas, normalmente pessoas de idade indo a padaria.

Quando chegamos o único que estava lá era aquele garoto chamado Christian. Nenhum sinal de Jessy, ou melhor... De Annabeth. Entramos e sentamos em uma mesa que tinha lá, não demorou muito para o garoto se aproximar e se sentar com a gente.

– Eae! Como vão? Tiveram muitos pesadelos hoje? Por que cara... Eu tive vários! Um mais bizarro que o outro – Disse se sentando na nossa frente.

– Eu nem dormi para evitar os meus – Falei. Ele me encarou por um segundo e depois olhou para David e começamos a rir.

David me deu uma cotovelada de leve nas costelas e quando me virei, ele inclinou a cabeça em direção à entrada, olhei e lá estava ela caminhando em nossa direção. Seus cabelos enrolados hoje estavam presos em um comprido rabo de cavalo, e sua pele morena brilhava sobre o sol da manhã.

Meu Futuro está em MarteOnde histórias criam vida. Descubra agora