Especial: Lúcifer e Azael

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"Quando nos referimos ao amor

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"Quando nos referimos ao amor

Tentamos de todo jeito senti-lo

Cabe a cada um amar de um jeito

O importante mesmo é que ame"

- Alice

— Florença, Itália 1910

A luz da lua adentrava o quarto iluminando os corpos despojados em cima da cama de lençóis brancos amarrotados.

Azael encava o semblante calmo e sereno de Lúcifer que ressoava baixinho após uma longa noite de amor.

Desenhava imagináriamente com a ponta dos dedos, todos os detalhes do rosto de Lúcifer.

Seus cabelos negros balançavam calmamente por causa do vento frio que entrava pela sacada.

Das ruas isoladas e solitárias da Itália só se ouvia o barulho da chuva fina que caia.

Azael suspirou fracamente, se levantando devagar para não acordar seu amado.

Se enrolou em um dos vários lençóis espalhados pelo chão e caminhou até o banheiro. Adentrou o mesmo e trancou a porta se sentando no chão e sentindo a angústia junto do choro vir.

Prendia os soluços para caso Lúcifer acordasse, não pudesse ouvi-los.

Exausto de todas as maneiras, se deitou no chão frio de mármore e se encolheu, tentando fazer a todo custo com que aquela dor horrível em seu peito sumisse.

Ele mentiu para Lúcifer.

Mentiu para o seu amor.

Todas as palavras não ditas, todos os carinhos não trocados... Tudo aquilo que ele não poderia sentir mais.

Quando tomou coragem e se levantou, o espelho refletiu sua imagem mórbida.

E nela seus cabelos outra vez brancos reluziram.

O desespero de Azael se fez presente.

Ele havia errado.

Ele não cumpriu seu propósito.

Havia traído seu criador.

Apenas pelo o amor.

Ao Teu Inferno | JM+JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora