CAPÍTULO VIII

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O dia clareou e nos ainda estávamos limpando a sala quando Ronan chegou.

- Mas o que em nome dos céus aconteceu aqui? - ele olha ao redor.

- Invadiram, tentando roubar o livro - digo .

- Eu disse, eu avisei - Celestia diz se exibindo - disse que eles tinham um novo líder.

- Não vamos tirar conclusões precipitadas - Athanasi fala prendendo o cabelo em um coque.

- Estávamos conversando sobre isso em Arvid, foram encontrados os corpos de todos os integrantes. - Ronan explica - então não tem como ter sido eles.

- Quem são eles? - explodo.

- A escória da nossa espécie...um grupo de elfos, um de cada domínio, faziam qualquer tipo de trabalho por um bom dinheiro, não importa se o trabalho era sujo, eles faziam...- Athanasi diz calmo - Eles matavam, roubavam, torturava e dormiam com quem eles bem entendessem, eram conhecidos como Yamais.

- Mas estão mortos - Ronan diz - Todos eles, temos os nomes de todos e os corpos.

- Mesmo assim, é bom verificarmos - Celestia diz.

- Sim é claro, temos que ficar atentos, Athanasi e Celestia peguem alguns homens e verifiquem se há estranhos pela fronteira norte, eu e Talia vamos olhar a sul.

- Tem certeza? Não acha melhor que eu fique e cuide do livro?

- Se sentir perigo voltaremos rapidamente, será bom para você distrair a mente um pouco.

Fui para o quarto e vesti uma calça azul bem escura e uma blusa vermelho carmim com algumas flores bordadas sutilmente, prendi meu cabelo num rabo de cavalo alto e vesti botas marrons. Me encontrei com Ronan na porta da casa, ele estava montado em um cavalo branco belíssimo e me entregou as redias de um cavalo preto.

- Tome cuidado com ela - ele me diz - Tempestade costuma ser um pouco desobediente as vezes.

- E me dá justo ela? - digo lançando um olhar de indignação.

- Se prefere bola neve eu lhe dou - ele da uns tapinhas no cavalo - Mas às vezes ele se parece mais com uma bola de neve descendo em alta velocidade de uma montanha.

- Qual o problema de ensinar "modos" ao seus cavalos? - digo com uma risadinha.

- Eles tem espirito livre, nem sempre obedecem regras, e acima de tudo eles são animais irracionais.

Caminhamos em silêncio por um longo tempo, por pinheiros cobertos de neve e grades agulhas de pinheiros.

- Já ouviu falar nos olhos de carmim? - pergunto meio receosa.

- Por que?

- Ouvi falar sobre.

- É um mito, sobre uma besta sedenta de sangue, devoradora de elfos, fadas e até sereias. Dizem que ele marca suas vítimas e não descansa até mata-las.

- Como alguém sabe que está marcada?

- Dizem ser dois sinais: ver os olhos carmins a espreita e a marca da fênix no corpo.

- Ouvi dizer que foi assim que Caliandra morreu, Perséfone me contou.

- Eu nunca - ele hesita - acreditei na existência da besta, mas depois de Caliandra... Só encontraram uma ponta da orelha dela.

Ficamos em silêncio por um longo tempo, eu estava amedrontada, torcia para não estar marcada, ter sido apenas minha mente pregando peças em mim.

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