i can't let you go, can't let you go, oh

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Por um momento o coração de Shoto parou de bater. Quando os seus olhos cruzaram com aquele pequeno pedaço de metal largado ao lado dele, sentiu o corpo congelar e um medo subconsciente tomar conta de si.

A preocupação era tanta que estava com medo de vê-lo e não ser capaz de fazer nada. Nunca tinha passado por isso e estava verdadeiramente apavorado.

Geralmente ninguém sabe o que fazer mesmo, a não ser que já tenha passado por isso também.

Respirou fundo enquanto se aproximava lentamente, como alguém que se aproxima de um animalzinho indefeso evitando assustá-lo. Midoriya parecia tão frágil daquele jeito... Não pode deixar de sentir os olhos lacrimejarem.

Se ajoelhou em silêncio em sua frente enquanto o via se encolher mais e esconder o rosto entre as pernas. Suas mãos instantaneamente foram até os fios esverdeados, onde deixou um carinho singelo (ainda que as mãos tremessem incessantemente).

Aos poucos o viu erguer um pouco o rosto o suficiente para olhá-lo e aproveitou a deixa para descer os dedos longos pela lateral do rosto do esverdeado, deixando uma carícia na sua bochecha e erguendo seu rosto por completo pelo queixo.

Tristeza. Era o que via nos olhos dele.

Não sabia o que devia dizer para ele, então apenas ficou ali em silêncio o confortando com toques gentis, ao mesmo tempo que fazia o possível para averiguar se estava machucado. E felizmente, não tinha sequer um corte.

Mas sentiu um pequeno furo quando lhe tocou no pulso. Ele chegou muito perto de fazer.

- Você é incrível, meu bem - murmurou com a voz falha, sorrindo amarelo para ele.

E ficou ali, durante algum tempo esperando que ele caísse no sono de tanto chorar e assim que aconteceu, o pegou no colo para deitá-lo na cama. Recolheu a pequena lâmina do chato frio e a guardou no bolso.

Não vou sair do seu lado.

No dia seguinte Inko Midoriya se surpreendeu ao vê-lo sentado no chão ao lado da cama, com a cabeça descansando no colchão e segurando fortemente a mão de seu filho.

[...] Atualmente:

Apesar de aquele dia do terraço ter sido maravilhoso (e ao mesmo tempo perturbador), um pensamento não fugia da cabeça do loiro.

Midoriya estava um pouco estranho, não estava?

Não que isso fosse necessariamente um problema, mas não era de se esperar que ele voltasse às aulas depois de se recuperar? Quer dizer, três meses não parecia tempo suficiente. E não falando apenas do seu corpo e físico, mas estava realmente estável para voltar a estudar? Bem, de qualquer forma, o médico havia o liberado e não havia motivos para se estranhar. Deviam comemorar, toda a turma 1-A.

E foi o que fizeram. Assim que saiu a notícia de que Deku estava pronto para retornar as atividades, ninguém pode esperar mais tempo para festejar e demonstrar apoio a ele. Voltariam aos seus dias felizes!

"Sexta-feira a noite", dizia no bilhete que Aoyama lhe entregou. Um papel de cetim dourado com uma caligrafia preta impecável, provavelmente feita com um bico de pena. Katsuki jurou que era um convite de casamento da primeira vez que viu. "Na minha casa. Festa a fantasia, pessoal. Estejam amazing!", completava.

- Midoriya já saiu do hospital? - O loiro glamuroso perguntou enquanto folheava os convites, contando-os um por um.

- Não.

- Hm... - ele resmungou com a resposta fria e direta do raivoso e deu de ombros. - Beleza, então vou passar lá para entregar o convite para ele e...

- Não! Espera, ele com certeza deve estar ocupado se preparando para receber alta e voltar para casa. Não acho que você deveria ir - Bakugou comentou coçando a nuca com sua velha carranca feia, desconcertando a conversa.

- Então eu vou ligar para ele e o chamar - retrucou de volta, instigado com a reação anormal do outro loiro. Parecia um cãozinho irritado.

- Ei, calma! não precisa, assim vai ser sem graça. Me dá o convite que eu vou lá e entrego. Se ele estiver ocupado, entrego para a mãe dele - sorriu amarelo, tentando não demonstrar a afobação que estava para ir visitá-lo outra vez. Estava já ficando irritado pela insistência do outro loiro.

Disfarce melhor da próxima vez; pensou Aoyama.

Yuga pensou por alguns segundos e então concordou, entregando-lhe o pedaço de papel. Não deixou de soltar um sorriso sarcástico ao sair dali, balançando a cabeça sem parar.

Como se indo visitá-lo todo dia fosse o suficiente. Cara, você não fez nem um quinto do que deveria fazer.

Mas talvez para Bakugou, ele não tinha mais pecados para pagar.

[...]

No hospital, como de costume, se encontrou com Deku que estava já com as malas prontas, apenas esperando os últimos resultados dos exames. Ele parecia ansioso para voltar a U.A. após perceber o apoio de todos.

— Mas você tá bem o suficiente para voltar a treinar? — Katsuki arriscou perguntar.

— Claro que estou! Nunca estive melhor, na verdade. Acredita, sério! — Midoriya fez uma careta risonha ao vê-lo tão desconfiado. — Ah, vai, cara!

— Hm... De qualquer forma, o Aoyama mandou te entregar — o irritadinho se lembrou por um momento, erguendo um pouco o quadril para agarrar o pequeno pedaço de papel do seu bolso, que estava um pouco amassado. — Ops... Enfim, seria legal se você fosse. Estamos planejando isso por você.

O sardento encarou o pequeno papel delicado e sorriu de uma forma um pouco estranha, como se estivesse tramando algo. — Isso é perfeito! Agradece a ele por mim, eu tô maluco pra ir — exclamou animado, guardando o papel dentro do bolso da jaqueta e encarando Bakugou com uma seriedade que não existia há menos de dois minutos.

— O que foi?

O esverdeado pareceu pensar, antes de dizer:

— Você é muito bonito, Kacchan. Sabia?

Um pouco envergonhado e suspeitando mais do que antes, ousou questionar.

— Eu?

— Você. Dá até vontade de beijar.

— Midoriya, você tá bem? Por acaso tomou algum medicamento forte?

E sem responder da maneira habitual, ele se aproximou devagar do loiro vendo-o estremecer e recuar um pouco, e segurou seu queixo com a ponta dos dedos. Virando seu rosto totalmente de frente para si, encarando-o com um olhar jamais visto antes.

Apaixonado.

Bakugou não pode mais se segurar, acabou por se entregar a sensação curiosa que sentiam naquele momento.

A boca de Midoriya tinha um sabor delicado de cereja.

_________

att aleatória de novo hehe

como vocês estão?

ultimamente eu andei meio desanimada e estava muito deprimida, então eu dei uma pausa e só revisei alguns capítulos. indico vocês a relerem os 4 primeiro capítulos, tem algumas mudanças

enfim, mas tô de volta

queria saber o que vocês estão achando? o que esperar por vir? será que realmente tem algo errado com o mido? veja no próximo cap

eu não tenho mto o que dizer, na verdade aaaa, mas espero que vocês estejam gostando e desculpa a demora mais uma vez

até a próxima!!

lie. ❆ katsudekuOnde histórias criam vida. Descubra agora