No dia seguinte ele já havia recebido alta e os colegas de turma haviam ido o visitar - mas com o propósito maior de visitar o esverdeado ainda em eterno sono.
A primeira que chorou assim que viu Midoriya conectado a todos aqueles tubos e com o corpo quase que totalmente quebrado, foi Ochaco, que ainda não havia digerido que o melhor amigo fizera mesmo aquilo que viu na sua frente, com seus próprios olhos.
Ela não esperava por isso.
Ninguém espera.
Iida surpreendentemente começou a chorar baixinho ao lado de Todoroki. Ninguém falou nada, nem deveriam. A aura de tristeza estava sendo dissipada pelo ar daquele quarto branco e amplo. Todos tentando se auto consolarem em meio a situação triste que estavam.
E Bagukou organizava sua mochila, pronto para ir embora daquele local que fedia a remédios e pessoas doentes. Era um estabelecimento terrível, carregado de dor e ferimentos.
Por que caralhos alguém trabalharia num hospital?
A raiva, o ódio, a descrença. Esses eram sentimentos que cresciam no peito de Bakugo e o enchiam de arrependimentos. Precisava ir embora daquele lugar para ficar sozinho e refletir.
Precisava ficar longe dele.
- Tsc... O desgraçado ainda conseguiu a atenção de todo mundo - Não era por maldade que dizia coisas parecidas - mas claro que havia suas excessões.
Ele sentia inveja, ciúmes, orgulho.
Não era justo, ainda mais com Midoriya.
Antes de sair, não pode deixar de lançar um olhar ressentido para o leito onde ele descansava. Não teve coragem de se aproximar muito dos colegas, sabia o que eles deviam estar pensando de si. Mas não pode deixar de reparar outra vez na aparência do ex-melhor amigo.
Tão morto...
Aquela imagem poderia aterrorizar qualquer um.
Se afastou do pessoal e escondeu o rosto entre as mãos, se sentindo mal por toda a situação. Era sua culpa, não era?
Sem pensar duas vezes foi embora, precisava pensar em Midoriya. Era o mínimo que podia fazer por ele naquele momento.
Será que existia alguma forma de o salvar daquilo?
Katsuki sentia medo da resposta.
Voltou para casa e se trancou no seu quarto. A mãe nem fez questão de incomodá-lo, já que sabia sobre o incidente triste que havia acontecido há apenas um dia atrás. Era totalmente surreal ainda. Nada fácil de engolir.
Na cama, acabou por pensar em quantas vezes ele apagava de tanto chorar durante horas, cansado. Em quanto tempo ele gastava escondendo a dor debaixo daquele sorriso idiota.
Por quê nunca considerou ser menos mal-educado com ele? Se sabia que Deku já havia sofrido muito com sua escassez de individualidade, se sabia que ele era zoado desde o jardim de infância, e se sabia que ele tinha medo de si.
Um super-herói não deveria dar medo em ninguém...
Acabou adormecendo pensando nisso.
[...]
- Inko! Não esperava te encontrar aqui - A loira disse com um sorriso triste. - Vamos, entre! Vou preparar um café.
- Obrigada... - Sussurrou sem ânimo, entrando e se sentando no sofá, a sala estava vazia.
Quando a outra voltou com as xícaras enchidas pelo líquido quente lhe entregou uma e se sentou ao seu lado no estofado, deixando um almofada descansar sobre o seu colo.
- Você está melhor? - Perguntou tomando um gole e encarando Inko, vistoriando suas emoções e feições. Estava muito preocupada. Mal podia imaginar como ela estava se sentindo.
- Nada bem. Os médicos me disseram que não tem data prevista para que o meu pequeno acorde. Estou morrendo de medo! - Os pequenos olhos já começaram a se encharcar de lágrimas, por mais que os olhos inchados já demonstrassem que muitas delas já haviam caído antes.
- Sinto muito por tudo isto estar ocorrendo a você, espero que Izuku acorde logo. Katsuki não sai do quarto desde que saiu do hospital, parece muito triste. Eles eram amigos, sabe? - Comentou baixo, mesmo sabendo que talvez eles não fossem tão próximos assim. - Ele parece afetado de verdade. Mas tenho certeza que tudo irá melhorar, você precisa de fé, Inko! Tudo vai se resolver.
- Eu espero... Me disseram que se ele acordar, vai ter sequelas severas...
Sequelas? Que tipo de sequelas?
Bakugo ouvia toda conversa atentamente da escada, suspirando e estremecendo a cada falha na voz da mãe dele. Ela parecia sem vida, assim como ele. Completamente abalada.
Isso estava partindo o loiro em pedaços.
- Ele possivelmente pode ficar paraplégico. Me disseram tantas coisas, que você mal acreditaria! Eu realmente não sei o que é pior para o meu anjinho... - Não pode mais segurar as lágrimas salgadas e precisou rapidamente colocar a xícara na mesa de centro para que não a derrubasse com as suas mãos trêmulas.
A loira, amiga de Inko, deixou também sua xícara de lado e a abraçou com força, fazendo carinho em seus cabelos. Mas infelizmente, mesmo que ela quisesse, jamais poderia salvá-la daquele sofrimento. Não podia fazer nada além do que sussurrar palavras reconfortantes e demonstrar seu total apoio incondicional.
- Pode chorar, você pode chorar - ela disse finalmente.
E eu? Eu posso chorar?
O loiro sem poder ter uma resposta decidiu por si mesmo.
Finalmente chorou. E não fazia isso há anos.
Acorde, Midoriya.
﹏﹏﹏ೃ
oiê, abigos.
primeiramente, disgurpe pela demora, eu fiquei um bom tempo fora, mas apesar da demora, não se preocupem, vou postar sempre que eu puder.
eu fiquei emocionada com todo os comentários, o apoio. vocês são incríveis e eu amo vocês >:3
gente, agora eu quero falar sobre algo muito sério.
suicídio, depressão.
se vocês precisarem conversar, estiverem se sentindo deprimidos ou sozinhos, podem me chamar pra conversar, eu estou disponível pra ajudar vocês.
e principalmente, busquem ajuda psicológica, amigos!
eu amo muito vocês, até a próxima ^^
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lie. ❆ katsudeku
FanficKATSUDEKU | Onde uma tentativa de suicídio transforma o coração de um jovem. ⚠️ tw conteúdo sensível ⓒ bobezinha capa by ⓒ akatsudon