O loirinho fechou a porta do quarto, se posicionando na frente de Todoroki com os braços cruzados, o fitando bem fundo no seus olhos, sem expressão alguma.
- E então, o que tem pra me falar? - maldito. Nunca gostou do meio-a-meio. Achava que ele tinha um caráter muito competitivo, orgulhoso e egocêntrico. Ele era arrogante e frio. Quem gostava de alguém assim?
Katsuki nem percebia a semelhança dele com si mesmo.
- Por que vem tanto aqui? Sempre que venho, você está aqui e fica aqui por horas e horas! - Bakugou ficou um pouco confuso. - Você não deveria se aproximar dele, foi culpa sua... - ele continuava a culpá-lo.
- Eu venho porque eu posso, não posso? - perguntou, curioso. - Ele é meu amigo.
- Vocês não eram amigos antes disso - ele afirmou alto, tornando-se nervoso. - Você deu um empurrãozinho pra ele fazer o que fez! - bakugou engoliu em seco. Ele sabia como machucá-lo.
Estava pronto para revidar quando percebeu um brilho peculiar nos olhos heterocromáticos. eram lágrimas?!
- Ei! - Bakugou resmungou assustado, sem saber que fazer. Ajudar? Ir embora? O que Midoriya faria?
Então o abraçou com força. Percebeu que Todoroki tentou se afastar e recuar, mas depois de segundos cedeu de vez ao choro.
Ah, como ele sentia a falta dele.
depois de minutos abraçados e quando o choro cessou, Shoto envergonhado pela humilhação se levantou, empurrando-o e indo embora. Katsuki nem pensou em ir atrás, ele merecia ficar sozinho.
Mas ele parece considerar o Midoriya demais. Ele estava enciumado ou coisa do tipo?
Entrou no quarto, sentou-se na poltrona ao lado do corpo pálido que respirava tão pouquinho e segurou em sua mão, fazendo um carinho com o polegar enquanto sussurrava com um aperto no coração: - Eu não sei que sensação é essa, mas eu acho que quero ser especial pra você também...
Encostou a cabeça sobre as mãos e mal percebeu quando caiu num sono tranquilo.
[...]
- Senhorita Midoriya? - chamou, batendo na porta. - É o Bakugo, posso entrar por alguns minutinhos?
Há dois dias completou-se um mês de coma do garoto sardento. Frustrados, ninguém decidiu abrir a boca para falar sobre isso.
Exceto ele.
Inko abriu a porta devagarinho, ecoando um rangido. Parecia não ser aberta há muitos dias. Logo que colocou os olhos para o corredor no início da casa, percebeu a bagunça. Claro que uma mulher divorciada, mãe de um filho em coma e sozinha não se daria bem em casa.
Entretanto, esperando uma reação negativa ou desanimada vinda dela, Bakugo se surpreendeu com o cumprimento simpático dela. - Oh! Katsuki, que surpresa vê-lo aqui! Vamos, entre, entre - ela abriu uma fresta suficiente para ele passar e ao fechar a porta o guiou pelo corredor até sala, o convidando para se sentar. tinham algumas mudas de roupa espalhadas por ali. - Sua mãe e seu pai, como vão?
- Muito bem, senhorita Inko - ele respondeu cortês, ouvindo uma risadinha baixa vinda dela.
- Não precisa de todos esses modos. Pode apenas me chamar de Inko. Afinal, você era o melhor amigo do meu filho - ah, não. Ela também? Referindo-se a ele como passado.
Katsuki sorriu, assentindo. Mas sentiu aquele aperto doído no peito outra vez.
Parou para a observar melhor. Estava acabada. Pobre Inko. Olheiras fundas e escuras embaixo dos olhos (que por acaso estavam exageradamente inchados), a pele levemente pálida e parecia ter perdido um pouco de peso.
- E você, como está? Parecia abatida - ele perguntou o óbvio, tentando arrancar aquela dor dela. - Deveria sair para dar uma volta e tomar um ar. Mamãe comentou comigo de chamá-la para um bar, vai ter uma apresentação de um grupo que ela ama! - ele comentou agitado e eufórico para tentar conquistá-la e convencê-la a ir. Pareceu mal surtir efeito.
Ela continuava com um sorriso pequeno no rosto, aparentando estar serena e calma, mas por dentro, só Deus sabia o caos que estava. Ela negou devagar com a cabeça e agradeceu baixinho, com poucas palavras.
- Você visitou ele hoje? - tentou arriscar.
- Visitei.
- E como foi? Os médicos disseram algo? Ele está melhorando? Vai acordar logo? - encheu a cabeça da velha Inko com questionamentos impacientes e preocupados.
- Ele teve uma parada respiratória durante a noite, na quarta feira - ela respondeu baixo, melancólica. Quando ela tirou o sorriso falso do rosto, abaixou a cabeça. Provavelmente para disfarçar a expressão de dor que carregava no rosto.
E Katsuki não podia estar pior. Uma parada respiratória não é brincadeira. Tratou-se de esconder a preocupação, já bastava a pobre mulher.
Ela suspirou exausta.
- Vamos, anime-se. Quer caminhar comigo? Fiquei sabendo de uma sorveteria que abriu na avenida do seu bairro - ele sorriu largo, para animá-la. - você vai me deixar na mão?
Ela voltou a sorrir fraquinho. - Não, eu vou.
Eu vou cuidar da sua mãe, Midoriya. Eu prometo.
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colé, pessoal
como vocês estão?
bem, até que atualizei rápido, não? por favor, odeio dizer isso, mas vocês poderiam favoritar os capítulos? além de comentar, os favoritos também indicam que vocês estão gostando da história.
estou dando meu melhor.
agora que entramos em outubro quero lembrar algo muito importante:
fique de olho nos sinais do câncer de mama. é perigoso e as vezes acontece debaixo do nosso nariz e a gente nem percebe.
enfim, eh isso
até a próxima! sz
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lie. ❆ katsudeku
FanficKATSUDEKU | Onde uma tentativa de suicídio transforma o coração de um jovem. ⚠️ tw conteúdo sensível ⓒ bobezinha capa by ⓒ akatsudon