you're too proud to say that you made a mistake

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 Ainda sem poderes e trancafiado numa jaula vilanesca. O que Midoriya poderia fazer? A porta sempre estava trancada e sentia as câmeras o vigiando e seguindo-o cuidadosamente, esperando por um deslize.

 E nessa de esperar a oportunidade perfeita para fugir ou ainda confiar que sua individualidade voltaria, foi que Izuku se perdeu. Aos poucos ia deixando para lá, cozinhava algo gostoso na cozinha daquele lugar e descansava no conforto de um colchão duro (mas certamente muito melhor do que no chão). Twice as vezes passava parte do dia com ele, tentando resgatar informações e também se entretendo.

 A falta de comunicação estava deixando Midoriya maluco e cada dia ele percebia que provavelmente não sairia dali vivo, porque Shigaraki estava esperando que ele dedurasse alguma informação valiosa e o mataria na hora. Afinal, como dizia ele todo dia:

- Gente que não tem nada que me importe é lixo e eu descarto como lixo. Mas você, Midoriya Izuku, é mais valioso do que pensa.

 Odiaria pensar coisas boas de um vilão asqueroso que estava se aproveitando de si, mas era estranho gostar da forma como eles o tratavam como um tesouro?

 Mas de vez em quando ele ainda surtava, acordava desanimado e faria de tudo para não levantar da cama, mesmo sabendo que não tinha hora para levantar. Mas quando não o permitiam dormir até às 12h, ele levantava e começava um serviço de faxineiro. Assim ocupava a mente perturbada.

Por que será que pararam de me machucar ou me ameaçar? Eu ainda não ajudei eles em nada... Ele desconfiava, mas se sentia mais tranquilo. Era quase como se ele pertencesse à aquele lugar.

 Raramente lhe vinha na cabeça: Como Todoroki está? Céus, ele deve estar apavorado. Ou não? Talvez tenham desistido de me procurar. Aposto que Kacchan se desculpou por culpa e já não pensa mais em mim.

 Alguém pensa em mim?

 E em momentos assim, quando Izuku estava desprevinido, que de repente Tomura se aproximava pelas costas do pequeno herói e se sentava ao lado dele, sorrindo um pouco torto. Era assustador e bem desagradável, mas muito amigável.

 - O mundo não é um lugar para nós, Midoriya - ele ergueu a mão direita e o esverdeado recuou a princípio. - Fomos excluídos, destroçados, odiados e ninguém jamais entenderia porque fazemos o que fazemos. Você deve estar pensando: Vilões nascem cruéis - ele suspirou antes de dar de ombros - O homem nasce bom e a sociedade o corrompe.

 - Mas você não acha que é errado ferir pessoas que não tem nada a ver com isso?

 - Todos cometem crimes, nem sempre é com você. Pode ser que seu vizinho velho seja um puta racista de merda e machista, que batia na esposa e a traía com um amante. Largou os filhos e endividou toda a família. Mas então você o vê sentado numa cadeira de balanço com um olhar sereno para o horizonte e - mexeu as mãos, simulando uma explosão -  boom! É tão adorável que é impossível que ele pudesse causar um mal.

 - Mas...

 - Você não tem que pensar nas pessoas. Deveria pensar mais em você mesmo, foda-se o resto. Destruíram sua infância, então destrua a deles.

 - Eu ainda não acho que esteja certo...

 - Porra! Você é mega poderoso e alcançou as coisas por mérito próprio. Não estão te dando o devido valor - ele foi se levantando aos poucos e seguindo caminho para a porta da frente. - É só o que eu acho, e acho que você deveria pensar mais nisso.

 Midoriya se contorceu no sofá enquanto era consumido por pensamentos assombrosos. Mas talvez estivesse começando a acreditar.

 - Eu posso ser muito mais...

lie. ❆ katsudekuOnde histórias criam vida. Descubra agora