Parecia que naquele ambiente todo o ar tivesse fugido pela janela do quarto. Os pulmões doíam, os olhos ardiam, o suor escorria ao que acompanhava suas lágrimas ansiosas.
Se fosse bom, se fosse ruim; precisava descobrir.
A porta do quarto até parecia mais pesada que o normal, parecia não querer o deixar entrar. Ou será que era ele mesmo que fazia isso.
Ok, talvez tivesse medo de ver.
Encarou o quarto, vazio. Midoriya não estava ali, e para Katsuki qualquer mero ambiente que não tivesse o sardento era vazio e sem emoção. O coração doeu em preocupação.
- ...deku? - sussurou, sem ar.
Sua mãe não tardou em correr para abraça-lo, e com muita força. O loiro não podia explicar, mas cada segundo sem ter notícias de Midoriya o deixava mais angustiado e nervoso.
- Mãe! - ele gritou, ainda choroso e ofegante. A corrida foi cansativa, afinal. - Cadê...cadê ele?
ela fez um carinho singelo sobre o topo da sua cabeça, beijando ali. Katsuki recuou um pouco, a afastando. Não costumava receber muitos sinais de afeto da mãe, e com certeza aquilo o assustou um pouco.
- Ele está em outro quarto - ela comentou finalmente.
- Que tipo de quarto? - estava muito impaciente.
- Um quarto comum, para recuperação - ela segurou o rosto do filho rabugento com as duas mãos, sorrindo. - Ele conseguiu, meu amor. Midoriya acordou.
Ele respirou enfim, amolecendo o corpo cansado fisicamente e principalmente psicologicamente. Nunca sentiu-se tão perdido na sua vida. Abraçou a mãe bem apertado, sorrindo aliviado, olhando para Inko, que permanecia em pé no canto no quarto que gesticulou com os lábios sem fazer som.
- Vá vê-lo - foi o que entendeu.
Acenou com a cabeça, se levantando. - Aonde ele está agora? - falou, não se aguentando de alegria. Poderia enfim se desculpar por tudo o que causou ao pequeno esverdeado.
Sua mãe explicou que apesar de estar agora fora de riscos, quando os enfermeiros vieram pela tarde lhe medicar e o encontraram acordado, ele surtou.
Ele se sentiu um fracassado por ter fracassado.
Ele concordou, percebendo que deveria tomar cuidado com o que dissesse a ele, já que estava muito sensível a tudo isso. Tudo poderia ser um gatilho para que ele fizesse de novo. Agora seriam cautelosos.
Inko lhe passou as informações do quarto, e ele não se demorou em sair, brincando nervoso com os dedos das suas mãos, subindo a escada e parando diante da porta quarto.
Engoliu duramente seco, sentindo as mãos suarem frio e o corpo tremer.
O que diria?
- Deku! Me desculpa por tudo eu sou uma pessoa horrível, como eu posso me desculpar?
Não, ele não quer escutar isso agora. Acha que falhou, não deveria enchê-lo com isso agora.
- Midoriya! Todos acharam que você tinha morrido, mas tá vivo!
Não, acho melhor não.
- Como você tá?
Péssimo, óbvio. Se toca, Katsuki!
Respirou fundo, abrindo a porta devagar e murmurando sem ser invasivo colocando o rosto para dentro. - Eu posso... entrar?
- Ãhn - foi o que escutou. Parecia um resmungo irritado.
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lie. ❆ katsudeku
FanficKATSUDEKU | Onde uma tentativa de suicídio transforma o coração de um jovem. ⚠️ tw conteúdo sensível ⓒ bobezinha capa by ⓒ akatsudon