i don't wanna admit that we're not gonna fit

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Foi um choque. Olhou diretamente para Todoroki e pode até jurar que o viu lhe encarar, como se estivesse tentando provocá-lo. Será que está começando a até mesmo enlouquecer?

Fechou a porta devagarinho e caiu para trás no corredor. O coração acelerado como jamais tinha visto e o corpo tremendo sem parar, e o pior, sem saber o porquê de estar se sentindo assim.

Tinha mil e um pensamentos na cabeça, hipóteses, teorias mas todos chegavam a mesma questão.

Midoriya é gay?

Que porra. Ele não tem jeito de gay. Ou tem? Nunca reparou muito. Não tinha tempo pra isso, e o tempo que tinha Bakugo gastou machucando-o.

Isso o fazia se sentir tão mal.

Se ele não fosse daquele jeito, eles seriam amigos e provavelmente entenderia o jeito que Deku se sentia. Mas receber essa informação tão rápido e de forma tão inusitada foi um baque. Não sabia o que pensar sobre.

Não só sobre ser gay, mas...

Como era gostar de alguém?

Tão confuso, nunca tinha se sentido assim magoado em tão pouco tempo. E magoado por que afinal?

Por medo, deixou a caixa de bombons barata ali na porta do seu quarto e foi-se embora. Ele não precisa da companhia dele, já que está com seu namorado do lado, não é?

[...]

No banquinho do parque, encarava as crianças brincando sem preocupações. Se divertindo. Algumas até mesmo usando suas individualidades.

Lembrou-se dele.

Midoriya não tinha individualidades. Mas ainda assim andava com ele como se tivesse, agia como se tivesse e até confiava que iria ganhar alguma (mesmo que o médico já tivesse lhe dado um diagnóstico oficial).

Ele sempre teve o sonho de poder ajudar, né?

E não conseguiu ajudar quem mais precisava. Ele mesmo.

Tsc, merda. Estava falando como se ele estivesse morto, o que soava mais estranho do que quando estava em coma. Ele estava acordado, mas é como se não fosse mais ele.

Não queria ter perdido o antigo Midoriya.

E Todoroki... Ele sabia que ele passava por aquilo tudo? Nunca o viu tentar impedi-lo de maltratar o sardento. Nunca imaginaria que eles eram namorados.

Escondiam muito bem.

- Por que você está choramingando aí sozinho?

- Ãhn? - assustou-se com a aparição repentina. Aizawa tinha se sentado ao seu lado - Não estou choramingando.

- Eu acabei de escutar você chamando o Midoriya.

- O quê?! - sentiu-se vermelho e quente. Tão nervoso. - Não disse, não - Por que se sentiu assim?

- Tanto faz - o professor resmungou de volta, se aconchegando no banco. - Como ele está?

- Bem...eu acho - murmurou desanimado. - Você não foi visitá-lo?

- Ainda não tive oportunidade, mas logo vou passar lá com toda a turma. Eles estão ansiosos.

- É...

Aizawa se levantou e o olhou, enfiando as mãos nos bolsos. - Bem, está ficando tarde. Deveria ir para casa - e começou a seguir caminhando para longe. - Se cuida.

- Você também, professor.

Levantou-se em seguida também, suspirando e indo para casa.

[...]

lie. ❆ katsudekuOnde histórias criam vida. Descubra agora