Ruas vestidas de asfalto,
Dona dos passos
E vestígios de um certo perfume.
Ruas que levam e trazem,
O passado e o futuro,
Fazem ciladas e desfazem sonhos.
Ruas noturnas envolvidas em solidão,
Em ausências,
Em lágrimas derramadas
Por alguém que se foi
Em meio a tantos que disseram adeus.
Ruas nuas,
Sob sol frio de junho
Por onde aventuro
Em busca de atalhos
Que me levam
Para longe do monólogo triste,
Rotineiro e impotente em que vivo.
Ruas que apontam o infinito
Caminhos e rotas
Que desmentem as falas soltas,
Frases repetidas
Que ouço de bocas vulgares,
Olhares fugazes
Em ruas da vida.