Da cor sutil e quase fria
Numa pele macia e frágil,
Dorme o azul mágico
De um escorpião fatal.
O beijo na vítima indefesa
Sugere o prazer do mel
Com trágico efeito da morte.
Na brevidade do arco-íris
Se oculta sombrio e sorrateiro...
Como a oferecer amor
Num cálice singelo
Da mais refinada dor.
Envolto em brumas
Ou mergulhado em trevas
É desenhado pelo passado, presente e futuro.
É metade da minha verdade
E tua mentira por inteiro.
Meu porto de chegada
E teu cais de partida.
É tatuagem da equívoca poesia
Que faz sonhar e chorar
Viver e matar...