Tesouro Perdido - SEVERITUS

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QUINTO CAPÍTULO
Mal-entendido

Snape sentiu seu filho tremer em seus braços, a insegurança e medo nadando de Harry para ele. Adorava poder sentir seu pequeno, mas nesse momento era inevitável não sentir náuseas. Harry estava confuso de se decifrar, uma hora medo, depois desespero, em seguida receio e logo depois um furacão de emoções tenebrosas.

Severus acomodou mais o pequenino, segurando abaixo do seu traseiro e escorrendo a mão esquerda pelas costas e cabeça de Harry. Não estava funcionando, então, não se sentindo nenhum pouco intimidado pelos olhares da família Malfoy, começou a balançar a criança, cantarolando e sussurrando palavras confortantes enquanto andava de um lado para o outro.

Lucius e Narcisa assistiam a cena com dor, eram ligados com Harry, mesmo que não sintam como Severus, a angústia afetava eles da mesma forma.

Draco mordia a bochecha fortemente, continuava com aquela pontada no núcleo mágico. Seu instinto dizia que deveria fazer algo, mas a fumaça nebulosa insistia em confundir os sentidos do platinado. Com receio, ficou onde estava.

Harry, oh, pobre menino, estava inconsolável, tanto que começou a chorar alto, seus gritos doía sua garganta. As bochechas estavam infladas, vermelhas como sangue, os olhos fortemente fechados escorrendo lágrimas gordas sem parar. A criança nem se importava se iria ser punida por fazer muito barulho, afinal, iria ser abandonada de novo mesmo. Voltaria para seus tios e Duda. Iria ficar sem comer por um ano todo e, se fizesse barulho... morreria de tanto apanhar. Com o pensamento perturbador, Harry chorou mais e mais, se debatendo e ao mesmo tempo segurando com firmeza as vestes da mamãe. Seu peito doía tanto. A mamãe iria desaparecer de novo. Harry não queria, nunca mais queria ficar sem os braços calorosos e o olhar de amor.

Harry gritou:

— Nãh...WHA...quero a mamãe... nãh quero os tios....WHA! MAMÃE...FICA COM H-ARRY!

As palavras cortaram o coração de Severus — de todos presentes —, Snape finalmente pode entender o que se passava na cabeça de Harry. A explosão do menino deixou seu interior claro para a mãe. Foi difícil, extremamente difícil controlar a raiva, mas se tratava do seu filho ali, Severus tomou uma forte respiração e liberou seus feromônios de tranquilidade e afeto. Apertou mais seu pequeno filhote e sussurrou no seu ouvido:

— Mamãe está aqui, pequeno príncipe, mamãe está aqui. — repetia ao pé do ouvido do filho, que, chorou mais.  — Ninguém vai te levar embora, Harry. Eles são seus padrinhos...papais do Draco.

Harry começou a se acalmar aos poucos, a mamãe havia usado o cheirinho dela, fazendo a mente de Harry clarear. Não eram pessoas más, eram os papais de Draco, seu amigo.

Quando parou de chorar, sentiu seu rostinho quente, estava envergonhado. Chorou sem motivo.

O moreninho ainda fungava fortemente, a garganta estava irritada e o nariz escorrendo. Snape o limpou cuidadosamente, dizendo que não havia motivos para chorar. Com vergonha, Harry escondeu-se no peito da mamãe.

— Severus. — ouviu a voz de uma mulher, era suave como bater de asas. — Eu posso?

— Acho que sim... um momento. Harry? — Snape chamou o filho, que, acanhado, levantou o rostinho para si. — Gostaria de conhecer seus padrinhos?

Harry não respondeu de primeira, juntou as mãozinhas na frente do corpo e olhou para o lado, dando de cara com Draco. O mesmo ainda tentava acalmar a agitação de ver o pequeno desesperado, mas bastou que os olhos negros atingir os seus, para se acalmar.