SEXTO CAPÍTULO
Nova descobertaJá havia se passado dois dias desde que a família Malfoy os visitou. Snape estava mais do que carente, passou a levar Harry até mesmo para seu laboratório. Harry — para sua preocupação — era um menino curioso e gostou muito dos fracos da mamãe. Gostou tanto de um que quase bebeu, sorte que Severus viu e repreendeu o menor pela primeira vez. Harry ficou assustado com o olhar mau da mamãe e chorou. Mas se acalmou depois de uma conversa esclarecedora, a mamãe estava preocupada e fez o mesmo prometer que não iria tentar tomar nada.
O morcegão não se contentava em ter Harry só de dia, sem perceber passou a dormir na cama do menor, começou no mesmo dia da visita dos amigos. Seu veela recusou-se a se afastar do seu filhote, e, surpreendente, o pequeno Snape também não queria a mãe longe, chegou a ser doloroso quando Severus teve que escrever uma carta a Lucius e deixou o menino no quarto, foram apenas vinte minutos, o que foi o suficiente para Harry chamar pela mãe as lágrimas. De alguma forma a carência do veela se conectava fortemente com a criança.
Snape voltou rapidamente, vendo que Harry também estava com dor. Tanto filhote quando a mãe só se acalmaram quando estavam enrolados um ao outro, esquentando e estabilizando um pouco as emoções de ambos. Mesmo assim Harry estava inquieto, faltava algo...mas pelo menos tinha a mamãe.
Os sintomas de separação que o filho sentia eram fortes, fazendo Severus ficar inquieto e preocupado. Não era natural.
Ele sabia que seu lado protetor era poderoso, mas assustou-se com sua necessidade de ter o filho mais perto. O que só piorou ao presenciar — por dois dias seguidos — os terrores noturnos do seu amado filhote...Harry sonhava que a mamãe o deixava novamente com os Dursley's, o que fez o menino acordar gritando e chorando duas vezes. Sorte que sua mamãe estava lá para lhe acariciar e afirmar que nada nem ninguém iria separa-los novamente. Se Severus estava sensível, isso afetava diretamente seu filho, pelo menos era isso que o mais velho pensava.
Snape estava intrigado, Harry era um bruxo, disso tinha certeza, mas era raro, se não inexistente, um filhote sem sangue veela sentir tantos sintomas do progenitor, eles sentiam, mas não numa intensidade tão grande.
Severus não estava reclamando, claro que não, gostava de ter uma ligação mais forte com seu filhote, entretanto, se preocupava demasiadamente com as reações de Harry. Quanto mais os dias se passavam, mais o menino se apegava a mãe, como um pequeno carrapato, Harry passou a seguir Severus por toda a casa. A mãe contente, assistia o filho agarrado a si com satisfação.
Bem, Harry estava com medo de se separar de Severus. Sentiu-se apavorado só de pensar em perde-lo novamente. Ele sabia que não aguentaria passar por tudo de novo com sua família falsa, não viveria nem mais um segundo sem o conforto que a mamãe lhe proporcionava. Sem falar que, há algum tempo, o menor sente um pequeno vazio, como um buraquinho no seu peito, trazendo uma dor angustiante. Era como se tivesse perdido uma parte do coração, doía, mas amenizava com a presença da mãe. Não podia se separar da mamãe.
Não! Harry tinha um plano: era só ficar coladinho com a mamãe 24h por dia que a mamãe não iria sumir. Era um plano perfeito.
Foi em uma certa tarde, um dia antes do aniversário de Harry, que Snape percebeu que seu filhote realmente se interessava por poções, sempre perguntando o que elas faziam e como as preparava. Snape lhe deu um livro antigo de conceitos básicos sobre a matéria. Pensou que Harry poderia aprender e se preparar para as aulas em Hogwarts. No entanto, o pequeno menino pegou o livro hesitante, abriu lentamente rezando para que as letras fossem grandes. Arregalou os olhos quando as palavras se pareciam mais como grandes poças negras, as imagens estavam totalmente desfocadas. Severus, ao notar o olhar confuso de Harry para o livro, se abaixou na frente do filhote.
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Tesouro Perdido - SEVERITUS
Fanfic[REESCREVENDO] Harry sofre nas mãos dos Dursley's há mais de 9 anos, seu psicológico está totalmente danificado e destorcido. Não sabe o motivo de tanto ódio lançado tão deliberadamente a sua pessoa e, mesmo se soubesse, não faria muita diferença. ...