- Que tal vermos um filme? Lançou um na Netflix esses dias que parece legal - Diz Elora sentada no sofá ao lado de Rafael e todas as outras crianças amontoadas. - É tipo um exterminador do futuro da atualidade
- Então parece interessante, bora lá - Diz Rafael pegando o controle da TV.
- O que é exterminador do futuro? - Uma das crianças pergunta.
- Um filme da nossa época. Muito bom por sinal
Eles assistem o filme "Família Mitchell e a revolta das máquinas". As crianças não entendem muito bem pois não tinham acesso a internet, celulares e tablets estavam fora do alcance deles. E Rafael não iria mudar isso, foi tendo um celular com pouca idade que ele descobriu coisas e que ele não queria descobrir. As crianças insistiram para seu pai permitir, mas ele permaneceu firme em sua decisão.
- Tem coisas que crianças da idade de vocês não podem ter acesso. É muito mais perigoso como imaginam. Viram o que aconteceu no filme, não é?
- Sim, desculpa papai
- Não tem problema queridos, eu e a mamãe estamos aqui para ensinar. O vídeo game é o máximo que vocês vão ter
O celular de Elora toca. Ela vai atendê-lo e quando vê o contado percebe que é seu pai. A família de Elora era uma família muito conservadora, já imaginava o que seu pai iria dizer. Talvez que estaria enviando policiais para casa, não duvidava de nada. Elora saiu da sala e deixou Rafael conversando com as crianças. Quando atendeu, seu pai parecia calmo.
- Oi filha. Como você está? - Elora achou suspeito o comportamento do pai. Ele estava calmo, mas demonstrava nervosismo.
- Estou muito bem pai, e você e a mamãe?
- Estamos muito bem querida. Mas eu queria te ver pessoalmente. Faz meses que não nos vemos. Que tal sairmos eu você e a sua mãe? Só nós três, como um passeio em família - Aí estava claro que seu pai queria afastar ela de casa para prender Rafael, já que ele conhecia muito bem o rosto dele e do sequestrador de crianças. Elora pensava no que iria fazer, se aceitava ou não. Se aceitasse, Rafael muito provavelmente seria preso, já que seria complicado se esconder da polícia. Se negasse, ficaria mais claro que não queria sair de casa e revelar seu marido para a polícia. Aquilo não era apenas salvar crianças, era um crime. Não sabia se aceitava ou não, não conseguia decidir o que fazer.
- Filha? Ainda está aí?
- Sim! Eu adorei a ideia do passeio em família, vamos fazer sim
- Que bom que gostou. Até amanhã às 15, ok?
- Ok, até amanhã
Elora desliga o telefone. Elora se arrependia de não ter impedido que aquilo acontecesse. Se ela tivesse enfrentado mais a teimosia de Rafael e não se deixasse levar pela dó que sentia por Felipe naquele momento ela poderia ter impedido que aquilo acontecesse. Ela poderia ter um filho ou uma filha que era uma coisa que ela queria muito, poderia ter evitado os sequestros em série que estavam acabando com a mente dos pais. Elora realmente achava a atitude de Rafael nobre, mas se fosse ela, faria de um jeito diferente. Ela queria ter impedido que seu marido de se envolver com crimes, mesmo que seja pelo bem das crianças.
- Ei Rafael, vem cá
Rafael coloca um desenho na TV para entreter as crianças e vai para o quarto com Elora.
- Meu pai me ligou e disse que queria me ver a sós. Acho que ele quer me afastar daqui e mandar policiais pra cá
- Acha que ele faria isso?
- Não duvido de nada dele. Ele quase te matou
- Nem me lembre disso...
- Mas então, o que vamos fazer? Eu tenho absoluta certeza que se eu for ele vai vir aqui pra te prender, e eu não quero isso
- Nem eu. Acho que teremos que usar aquele túnel
- É verdade! Eu tinha me esquecido dele
- Nunca foi necessário, mas agora vai ser. Certeza que as crianças vão amar também
- É, aquele negócio é muito legal, até eu queria ir
- Ai eu também...
- Amanhã 15 horas eu vou. Mas como vamos explicar você não estar aqui?
- Quem disse que não vou estar aqui? - Rafael pergunta e pega seu celular e liga para Pedro.
- Oi? - Pedro atende.
- Quer cuidar de 10 crianças?
- Eu não consigo cuidar nem dos meus bichinhos de pelúcia
- Hahaha, quero que você me substitua enquanto eu estou cuidando das minhas crianças. Eu sei que vai ser difícil substituir minha beleza, mas eu confio em você
- Mas pra quem? Pra você fugir da polícia?
- Como adivinhou?
- Estou acostumado com isso. Mas na verdade acho que os policiais vão estranhar tanta beleza em um homem só
- Tenho minhas dúvidas
- Mas por que?
Rafael explica a história do pai da Elora e para ele não ser encontrado ele usaria uma porta escondida em sua casa e ele teria que fingir ser ele para os policiais e o pai da Elora não desconfiem mais dele.
- Ok então, até amanhã
O telefone desliga.
VOCÊ ESTÁ LENDO
(Sequestrador) Salvador de crianças
RandomRafael dedica a sua vida a resgatar crianças que são maltratadas/ignoradas pelos pais e cuidar delas com todo o amor e carinho que ele tem para dar.