13 anos

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Dia 20 de maio, 10:00 da manhã. As crianças não tinham acordado ainda, mas Elora e Rafael estavam bem acordados para preparar o dia do aniversário de seu filho.

- Você vai fazendo o bolo e eu vou comprar o tal vídeo game, os ingredientes estão todos aqui - Diz Elora, na cozinha dando as ordens do que Rafael tinha que fazer.

- Sim senhora capitã! - Rafael diz zoando.

- Idiota - Diz Elora rindo. - O que tenho que comprar?

- Esse - Diz Rafael mostrando uma foto do vídeo game que ele escolheu para as crianças. - Esse foi o melhor que eu achei. Não entendo muito de vídeo games mas é isso. Obrigado por fazer esse sacrifício meu amor

- Tá tá, de nada

- Ah quase me esqueci, a Isa pediu uma caixa de lápis de cor. Ela disse que os lápis que ela tinha quebraram

- Ela desenha pra caramba não é? Impressionante como uma criança daquele tamanho desenha melhor do que meus bonecos de palito

- Impressionante mesmo, mas fico feliz que ela goste de desenhar. Eu também amava quando eu era pequeno

- Deviam ser lindos - Elora diz rindo. - Mas é legal mesmo ela gostar de desenhar, na escola as crianças vendem desenho e ganham uma grana

- É - Rafael diz rindo. - Enfim, vai comprar as coisas antes que as crianças acordem. Lembra do vídeo game e da caixa de lápis de cor

- Não sou desmemoriada igual você

- Vai logo e para de me ofender

Elora sai de casa e vai comprar os presentes enquanto Rafael tenta fazer o bolo, e no final fica bom.

Elora se encontra agora em uma loja de vídeo games. Ela tem medo, mesmo que ninguém faça ideia de quem ela seja, ela sabe que seu marido é um procurado e isso a deixa com medo. Ela vê alguns jovens ao lado dela olhando os vídeo games daquela loja.

Jovem 1- Aquele sequestrador de crianças que passa toda hora na TV, descobriram o rosto dele não é? Meus pais estão tão preocupados com meu irmão por causa dele

Jovem 2- É, dá medo mesmo, mas as vítimas são sempre menores de 10 anos, seu irmão não tem 11?

Jovem 1- Mesmo assim dá medo! Nunca se sabe né

Jovem 3- Eu espero que isso mude logo, tenho inveja da minha irmã que está ficando o dia inteiro em casa e eu tenho que ir pra escola

Jovem 2- Não fala assim! Quer que sua irmã seja sequestrada?

Jovem 3- Não, mas dá inveja

Jovem 4- O que será que ele faz com as crianças?

Jovem 1- Não quero nem pensar, deve ser um serial killer

Jovem 2- Não fala isso!

Elora ouvindo a conversa dos jovens não sabe bem o que pensar. Queria falar a verdade para as pessoas, queria falar como as crianças eram felizes, queria falar do passado trágico daqueles pequenos e como eles tinham salvado aquelas crianças, mas tinha que se segurar. Ninguém entenderia, mesmo se explicasse ninguém entenderia. Elora liga para Rafael em um canto isolado da loja.

- Alô? - Rafael atende o telefone.

- Estão falando de você

- Eu to famoso então?

- É, famoso como um criminoso. 0 crianças nas ruas, não vi ninguém com menos de 15 anos na rua.

- Quem ama os filhos faria isso mesmo, tá certíssimo

- As escolas estão fechadas também, e os irmãos mais velhos estão com inveja

- Ai ai esses adolescentes...

- Já comprei os lápis, já achei o vídeo game também, já estou indo pra casa. Como está o bolo?

- Uma delícia, sou padeiro profissional

- Há controvérsias

- Cala a boca, eu sou um padeiro profissional. As crianças amaram o parquinho, acho que o quanto de brinquedos vai encher de pó

- Crianças gostam de novidades, quando o vídeo game chegar vai todo mundo ficar o dia inteiro na sala

- É, não acho uma boa ideia mais

- Ok, vou comprar o negócio, até mais

- Até, te amo

Elora desliga o telefone.

Na volta para casa, Rafael estavam todos na cozinha esperando para comer o precioso bolo.

- Boa tarde crianças! - Diz Elora chegando na cozinha.

- Oii - As crianças dizem.

- Eu falei que te amava e você desligou na minha cara né, que coisa feia Elora - Diz Rafael decepcionado.

- Desculpa - Elora diz rindo. - E feliz aniversário Felipe - Diz dando um beijo na testa do filho.

- Obrigado mãe

- Eu trouxe o presente do Felipe, mas o presente serve pra todo mundo. Isa toma seus lápis de cor que você pediu - Elora diz dando a caixa para Isabela.

- Muito obrigada mamãe! - Diz Isabela com brilho nos olhos, estava muito feliz.

- Eu comprei um apontador também, não sei se tem aqui mas esse é só seu pra você apontar seus lápis

- Muito obrigada - Isabela diz dando um abraço em Elora.

- De nada anja

- Dá aqui que eu vou deixar o presente na sala pra abrir depois, enquanto isso vai pegando os pratos pra todo mundo comer bolo - Rafael diz com muita empolgação.

Todas as crianças comemoram. Rafael vai na sala deixar o vídeo game lá para depois mexer nele certinho enquanto as crianças brincam na cozinha e Elora pega os pratos, talheres e copos para todo mundo. Rafael volta para a cozinha.

- Educando muito bem comendo bolo antes do almoço - Diz Elora arrumando os pratos.

- Hoje tá liberado, de vez em quando precisamos de um bom doce

Todos cantaram parabéns, comeram o bolo, que sobra só porque a Elora não deixou as crianças comerem mais. Foi uma festa linda, todos felizes e bem, que era o que Rafael mais queria para seus filhos. Esse era o objetivo durante todo o tempo, ver seus filhos felizes. Enquanto as crianças brincam em todo o canto da casa, Rafael e Elora tentam mexer naquele vídeo game que mais parecia um leão para ser domado. Quando conseguiram domar, chamaram as crianças para brincar. Foi muita diversão e risadas, todas as crianças jogaram, algumas muito bem, outras nem tanto, mas o importante é que todos se divertiram.

De noite, todas as crianças dormindo em suas camas, Elora e Rafael também estavam dormindo. No quarto das crianças:

Paulo- Felipe, você tá acordado?

Felipe- Sim, por que?

P- Feliz aniversário - Paulo diz e dá um forte abraço no amigo, ou mais do que isso. Os dois dormiram abraçados naquele dia.

(Sequestrador) Salvador de criançasOnde histórias criam vida. Descubra agora