Crescidos

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Os anos se passavam rápido, as crianças estavam crescendo tão rápido que Rafael não conseguia acompanhar. Aqueles pequenos estavam ficando grandinhos, e isso é uma coisa que todos os pais temem.

Tinham se passado 5 anos desde a chegada do último pequeno. Tudo já tinha voltado ao normal nas cidades, as crianças podiam voltar as ruas, as investigações tinham se encerrado, não tinham pistas e os sequestros tinham acabado. Sentiam muito pelas perdas, mas não tinha muito o que fazer.

Elora continua trabalhando naquela escola de música, era muito divertido, ela até ensinou algumas das suas crianças a tocar algumas notas na guitarra.

Todas as crianças já estavam cientes do que realmente acontecia. Elas ficaram surpresas no início, mas não era uma coisa que mudava muito a vida delas. Elas sabiam que era uma coisa que fazia bem, e se as pessoas não achavam isso, não eram elas que iriam mostrar a verdade.

Mesmo mais velhos, eram pequenas crianças ainda. Eles eram infantis, não eram aqueles adolescentes chatos, continuavam a ser aquelas crianças puras. Crianças são seres perfeitos, o mundo estraga elas.

Felipe estava quase fazendo 18 anos, e segundo seus pais era a idade que as pessoas "viravam adultos". Estava triste, não queria deixar seus amigos, queria continuar sendo criança. Todos queriam, por que não pode? Felipe e Rafael estavam na sala, Elora estava no trabalho e as crianças brincando como sempre.

- Ei, você e a mamãe se conheceram na escola, não é? - Pergunta Felipe,

- É, por quê?

- Eu nunca fui pra escola, então...

- Quer uma namorada?

- Não é bem isso... é que parece ser divertido. Vocês dois tem uma relação legal

- É, no momento certo é bem divertido. Eu tinha esquecido que vocês iam crescer um dia, não tinha pensado muito na fase adulta de vocês

- Todos querem ser igual você. Montar os pequenos "orfanatos"

- É, mas eu não sei se eu vou deixar. É muito perigoso

- Mas e você?

- Eu tive muita sorte, mas quem garante a segurança de vocês?

- A gente tem o melhor professor

- Não fala assim...

- É sério, por favor

- Vocês ainda são novos, pensem nisso mais tarde

- Ok. Mas voltando, como você sabe que gosta de alguém?

- Ah... é intuitivo, você sabe quando acontece. Você gosta de alguém?

- Se for assim... eu acho...

- Não precisa falar se não quiser, é um negócio meio vergonhoso

- O Paulo

- O Paulo?

- É... não sei, sinto alguma coisa especial por ele. Não gosto de falar isso, mas sinto que gosto mais dele do que dos outros

- É normal sentir isso, tá tudo bem. Se você gosta dele, fala com ele, é a melhor coisa a se fazer

- É que eu sempre tive medo de fazer alguma coisa errada. Todos os desenhos que tinham casais sempre era um menino que gostava de uma menina ou vice-versa. Dois meninos ficarem juntos é errado?

- Nem um pouco, é só que... é um assunto complicado, não sei explicar. Mas não pense que é errado

- Que alívio... muito obrigado pai

- De nada pequeno

Felipe levanta e vai em busca de Paulo, que estava no quarto olhando para o teto.

- O que você tá fazendo aí? - Pergunta Felipe se sentando ao lado de Paulo na cama.

- Ah, oi. Tô só pensando

- No que?

- Que você é muito fofo - Paulo aperta as bochechas de Felipe e dá uma risadinha.

- Eu sou fofo? Por quê?

- Porque eu disse que você é

- Obrigado...

- E o que você veio fazer aqui?

- Queria falar com você

- Sobre?

- Eu tava falando com o papai sobre gostar de alguém. A gente nunca foi pra escola, e o papai e a mamãe se conheceram lá. Tava pensando se a gente não iria namorar nunca com alguém

- Eu sei que não vão ser todos, mas eu sei com quem eu quero namorar

- Quem?

- Você

- Eu? Por que eu?

- Porque eu gosto de você. Faz muito tempo isso

- Eu que queria falar isso...

- Hahahha, mas eu falei primeiro. Eu só tenho medo de estar fazendo algo errado, já que eu nunca vi dois meninos ficando juntos

- O papai disse que não era errado, mas era uma coisa complicada

- Por que complicada?

- Eu não sei, tem que perguntar pra ele

- Depois a gente conversa com ele então. Que bom que não é errado, não sei o que eu faria se fosse

- Eu ia ficar triste por não poder ficar com você

- Eu também. Mas o que namorados fazem?

- Eu não faço ideia. A Ladybug e o Chat Noir se beijavam

- Você quer me beijar?

- Ah não é isso, é que...

- Hahaha eu to brincando, a gente tem que conversar com o papai sobre essas coisas

- Ele deveria conversar com a gente, já que estamos nessa fase

- É, uma hora a gente ia crescer né

- Ele disse que tinha esquecido disso hahaha

- Mas eles tem que lidar com isso agora né

- É. Que bom que você também gosta de mim.

- Sim, que coincidência né? Você não tem ideia de como eu to feliz

(Sequestrador) Salvador de criançasOnde histórias criam vida. Descubra agora