Louça

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- Vai, temos louça pra lavar, essas crianças sujam muito prato

Os dois vão para a cozinha, Elora lava a louça, mas pela preguiça de Rafael ele ficava dando apoio moral.

- Não preciso de beijos, preciso que me ajude com a louça

- Mas é bem melhor ficar te beijando

- Palhaço, pode voltar pra sala

- Sem você não tem graça

Depois de toda a louça lavada, Elora tenta ir pro quarto já que o dia tinha sido corrido, mas Rafael a impede e o clima esquenta um pouco...

No novo parquinho, as crianças brincam como nunca. Todas se divertiam, já que tinha muito tempo que não brincavam em um parquinho.

Felipe era o mais velho daquela criançada, mas é tão infantil quanto os outros. Ele realmente parecia um filho de Rafael, eram praticamente as mesmas pessoas. Felipe é o primogênito, quem começou todos esses sequestros, mas nem tinha sido noticiado. Ele apanhava tanto do pai quanto da mãe, e quando Rafael viu aquela cena ficou traumatizado. Uma criança gritando por socorro daquele jeito, aquilo não estava certo. Felipe deve a vida para Rafael, ele é seu verdadeiro pai.

Todas as crianças amavam sua "liderança", sempre que acontecia alguma "treta" ele resolvia, ele era o ajudante de Rafael e Elora quando eles não estavam presentes. Isso ajudava muito e já evitou muitas guerras infantis. Rafael amava todas aquelas crianças como seus filhos, mas Felipe tinha um lugar especial em seu coração, tanto pelo trauma de ter visto uma criança passar por aquilo e ainda salvá-la e por ser seu primogênito, o começo disso tudo.

Estavam todos escorregando, balançando e girando naquele parquinho, Felipe estava com seu melhor amigo de lá, Paulo. Paulo foi a segunda criança a ser "adotada" por Rafael, mas foi a primeira a criança a ser noticiada o desaparecimento. Paulo tinha tudo que o dinheiro podia comprar, mas seus pais nunca lhe davam a devida atenção. Bem clássico, mas para Rafael inaceitável. Achava ridículo como um pai e uma mãe poderiam se importar tão pouco com um filho. Mas quando ele foi sequestrado, ele era a prioridade deles.

Quando Paulo chegou em casa foi como uma luz para Felipe. Era um amigo naquela casa solitária que vivia apenas ele e seus novos pais naquela nova realidade bem melhor para ele, mas ainda faltava algo. Algo da idade dele, algo que pense como ele, algo de seu tamanho. Eles se tornaram amigos rapidamente, Rafael e Elora ficaram muito felizes de ter escolhido as crianças certas. Eles tinham completado a peça um do outro, um era a metade da laranja do outro, eram almas gêmeas.

- Eu vou beber água, já volto - Diz Felipe se levantando da caixa de areia com mais três crianças brincando lá.

Na cozinha:

- M-mais rápido... - Felipe ouve a voz de Elora falando isso, mas ela não parecia bem.

- Está tudo bem? - Felipe pergunta batendo na porta da cozinha que estava trancada.

- O que veio fazer aqui, Felipe? - Pergunta Rafael, que também não parecia bem.

- Vim beber água

- Pode esperar um pouco? Eu e sua mãe estamos ocupados agora

- Ok

Felipe volta para o quintal e continua brincando.

(Sequestrador) Salvador de criançasOnde histórias criam vida. Descubra agora