Paixonites

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Rafael tinha acabado de acordar. Elora estava dormindo ao seu lado, nua igual ele. Rafael ouvia o som das crianças e foi voando vestir-se para socorrer seus pequenos. Ele sai do quarto e quando chega na cozinha vê todas as crianças tentando fazer um monte com cadeiras e pegar salgadinhos para comer. Rafael riu da cena e preparou um café da manhã adequado para as crianças. Ele estava cansado, o último dia foi muito cansativo, mas fez um esforço para dar um bom café da manhã para as crianças, já que é a refeição mais importante do dia. Depois deles comerem, Rafael ligou a TV em "Pocoyo" para entreter as crianças enquanto descansava com sua esposa.

Felipe estava responsável pelas crianças enquanto seus pais descansavam. Paulo olhava Felipe de um jeito... diferente. Paulo sempre prestava atenção em como Rafael e Elora viviam juntos, ele queria ter aquilo com alguém. Aquelas "paixonites" que todas as crianças já tiveram estava acontecendo com Paulo também. Ele olhava para Felipe com outros olhos, ele queria ter a mesma relação que seus pais tinham com Felipe. Não sabia como faria isso, mas queria ter.

Todas as crianças estavam amontoadas no sofá assistindo Pocoyo e Paulo se lembra de ver Rafael e Elora abraçados no sofá assistindo desenhos com as crianças. Paulo se deita no ombro de Felipe, que depois o abraça. Felipe não sabia bem porque fez isso, foi o instinto. Felipe não era muito diferente de Paulo, sentia a mesma coisa. Ele começou a se interessar em como era a relação de Rafael e Elora, eles faziam um ao outro tão felizes, ele também queria fazer alguém feliz. E a primeira pessoa que ele pensava que queria fazer feliz era Paulo.

As "paixonites" que atacam todas as crianças, inclusive as escondidas do mundo, já que em muitos desenhos mostravam casais. Mas uma coisa que deixava tanto Felipe quanto Paulo preocupados: sempre era uma menina e um menino. Nunca era dois meninos ou duas meninas. Seus pais eram assim também. Pensavam se estavam fazendo algo de errado ou não, isso perturbava a mente dos dois. Queriam tirar suas dúvidas com seus pais, mas tinham vergonha de conversar sobre esse assunto, principalmente com a hipótese de estarem fazendo coisas erradas.

Depois de algumas horas, Rafael e Elora entram na sala. Todas já saíram da sala e foram brincar, os únicos que sobraram foram Felipe e Paulo.

- Não foram brincar por quê? - Pergunta Rafael se sentando no sofá ao lado das crianças.

- Não tô muito a fim, esse desenho é tão maneiro -Diz Paulo. Nunca entenderam porque, mas Paulo amava Pocoyo. Talvez ele fosse um pouco anti-social, mas só talvez.

- Eu também não tô a fim, não sei porque

- Querem ler alguma coisa? - Rafael pergunta para os dois.

- Ler? O que?

- Eu tenho minhas relíquias escondidas, esperem aí - Rafael se levanta e vai pegar mais uma de suas "relíquias". Os 6 livros das novas e antigas versões de "Os Karas". Poderia não ser tão difícil de achar, mas foi uma das primeiras coisas que Rafael se esforçou para comprar sem o dinheiro da mãe.

- Os Karas, melhores livros sem discussão - Rafael dá os livros para os dois jovens mancebos que se interessam muito.

- Harry Potter é melhor... - Diz Elora ainda olhando para a TV

- Nem a pau, a inteligência desses karinhas aqui vence aquelas "magiazinhas"

- Eu vou fingir que acredito

- Fiquem com as novas versões, eu acho um bom momento pra lerem essas belezinhas. As versões antigas vão continuar na prateleira - Rafael pega as antigas versões de seus livros de infância favoritos e deixa as novas com seus pequenos. Os dois se interessam pelos novos livros, amavam ler. Todas as crianças pegaram gosto pela leitura com todos aqueles livros infantis que Rafael comprava. Elas não liam muito já que brinquedos eram mais atrativos do que livros, mas tinham seus momentos para ler. Felipe já tinha 13 anos e logo Paulo iria fazer 12, então Os Karas eram ótimos livros para seus filhos começarem a ler coisas boas. Harry Potter eram os próximos da lista.

Felipe e Paulo liam com muita atenção "A Droga da obediência", o primeiro livro daquela saga. Não entendiam muito bem sobre drogas, mas já entenderam o efeito que ela causava, e acharam muito interessante adolescentes desvendando crimes, quem não se interessaria?

E de novo naqueles livros tinham apenas romances entre garotos e garotas. Isso aumentava cada vez mais suas dúvidas sobre romance entre dois moleques.

(Sequestrador) Salvador de criançasOnde histórias criam vida. Descubra agora