Freedom

Bônus 7 - Enzo

Bonus 7 – Enzo

Ainda estou encarando a porta sem conseguir acreditar que essa mulher, que acaba de me botar em meu lugar, é a mesma que ficou muda quando me viu, depois de tanto tempo, na porta da sua casa umas semanas antes.

Juro que fiquei atordoado com a explosão dela!

Suspiro e volto a minha reflexão sobre a nova situação. É lógico e evidente que a Florence não concorda comigo, afinal ela não esta pensando claramente e muito menos no futuro. Não sei vocês, mas penso que ficar ligada alguém que tenha um membro a menos não tenha vantagem alguma.

Minha frustração chega a níveis tão altos que dou um soco na espreguiçadeira ao meu lado, só mesmo para extravasar o que sinto. Maldita hora que aceitei fazer parte daquela força tarefa, maldita hora que pensei que o orgulho valia de alguma coisa, maldita hora que fui atingido e principalmente, maldita seja a hora em que tive aquela infecção!

Sinto-me cansado, tenho vontade de entregar os pontos, sumir da vida de todos que eu amo e deixar que eles vivessem sem me ter como uma ancora que não os deixam seguir em frente.

Sei que estou sendo melodramático ou até mesmo prepotente ao pensar que tenho o poder de atrasar a vida de alguém. Mas conhecendo Dona Marta e a Florence, sei que o grau de lealdade delas é alto e como consequência disso, elas acabam deixando tudo de lado por alguém querido.

Florence... Florence...

Quase não me contive quando a vi entrar no jardim e o observar como se fosse uma criança ao entrar em um parque de diversões. Imagino, pelas suas expressões, que ela se lembrou dos tempos que nos dois éramos crianças e brincávamos muito nesse mesmo jardim.

Suspiro outra vez e decido entrar, o Sol esta quase me alcançando e não quero ter que preocupar a mamãe atoa. Tento me levantar, porcaria de prótese, simplesmente não consigo me içar para ficar de pé. Praguejo como um marujo a cada vez que tento me apoiar na prótese e a dor me invade. Não contei a ninguém, que não estava totalmente curado antes de colocar a prótese, o orgulho falando mais alto novamente, mas não queria ser visto como incapaz.

Após varias tentativas mal sucedidas, toneladas de palavrões, consigo ficar em pé. Me manter de pé não é difícil, difícil é conseguir me colocar de pé!

Patético Enzo! Realmente patético! Olha no que você se tornou, mal consegue ficar de pé sozinho!

Trinco meus dentes de ódio, ódio de mim!

Já sei vão me dizer que deveria estar grato por ter sobrevivido, mas porra, não da! Um dia você anda e no outro não tem como fazer isso sem virar meio robô, então creio que a raiva seja justificada.

Caminho lentamente em direção a casa, cada passo sinto como se minhas pernas pesassem 3 toneladas. Começo a contar baixinho e tentar marcar um ritmo – 1,2,1,2,1,2,1,2- e dessa maneira consigo chegar na porta que da para a cozinha razoavelmente rápido.

Entro e mamãe esta fazendo pão de queijo, um cheiro delicioso de aconchego invade a casa. Amo pão de queijo, de preferência ainda quente! Me sento em uma cadeira e a observo enrolar cada pedacinho da massa, a moldando para que possa ser assada.

Mamãe olha para mim e, ainda enrolando os futuros pães de queijo, joga um beijo na minha direção e sorri para mim.

Como senti falta disso, do lar.

Continuo a observando e nem escuto quando ela fala algo comigo.

 - Enzo, querido, esta tudo bem?

Saio, seja lá de onde eu estivesse, e volto a prestar atenção nela.

 - Tudo bem, mamãe, tudo bem.

Dou um sorrisinho, tentando disfarçar como realmente me sinto. As palavras ditas pela Florence me afetaram de tal maneira, que não consigo passar muito tempo sem pensar nelas.

 - Sabe que ela não vai desistir de você tão fácil, não é? Ela realmente o ama Enzo.

Suspiro de novo, até tu, mamãe?!

 - Vi aquela menina ficar dias chorando, a vi parar sua vida por você, Enzo. Então te aconselho, a não jogar o que vocês tem fora por causa de algo que você pensa ser maior do que realmente é.

Mas o que houve com as mulheres dessa rua?! Isso é um motim ou algo parecido?

 - Mamãe, eu a amo, ok? Nunca disse o contrario, só não acho que é justo que ela tenha que passar por situações tão difíceis comigo, sendo que pode viver uma vida boa com alguém não defeituoso.

Levanto-me, dessa vez não foi tão difícil quanto antes e isso é um alivio, saio o mais rápido que consigo da cozinha e vou em direção à sala.

Vou mancando em direção à sala e pensando no que mamãe acabou de dizer, será que ela esta certa e eu só estou tentando interromper uma coisa boa?

Dúvidas, dúvidas e mais dúvidas.

Me “jogo” no sofá, se é que alguém consegue se jogar em alguma coisa apenas com uma perna e meia funcionando, e rapidamente pego no sono.

Para variar, Florence invade os meus sonhos.

Ela esta linda, com os cabelos soltos e esta recostada contra o batente da porta da sala. Que mulher, que visão!

Ela começa a vir na minha direção, passa suas unhas pela minha perna direita, desde a prótese, passando pelas minhas coxas, meu abdome, meu pescoço e só parando no meu rosto. Ela se inclina e me da um beijo de tirar o fôlego!

Sinto-me em chamas e ela nem encostou em mim direito!

Ela fica em pé, eu tento me levantar e ela me diz para continuar como estou e aproveitar o show. Se afasta um pouco de mim, e para minha felicidade, tira a camisola e me presenteia com a visão de seus seios maravilhosos.

Minha boca fica seca, estendo as mãos para toca-la, mas ela se afasta rindo e fazendo sinal negativo com o dedo indicador.

Ela se vira de costas para mim, e começa a tirar a calcinha. Santo Deus! Essa mulher vai me matar do coração! É tudo o que eu sempre imaginei e muito mais.

Ela volta a se aproximar, pega as minhas mãos e as coloca sobre seus seios lindos, enquanto volta a me dar outro beijo ardente. Senta-se escarranchada sobre minhas pernas, tiro uma das mãos dos seus seios e vou a levando ate sua bunda. Deus que bunda maravilhosa!

A única coisa que sinto é prazer, ate que enfim vou conseguir abrandar um pouco desse meu desejo por ela.

Eu gemo como um louco e então, do nada, um barulho me desperta.

Acordo sobressaltado, sem entender o que houve. Procuro a fonte do barulho e a encontro recostada contra o batente da porta da sala, igualzinho no meu sonho.

Florence esta me olhando com um sorrisinho safado na boca, como se soubesse exatamente o que eu estava sonhando, sinto minhas bochechas ficarem quentes.

 - E então, se divertindo?

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Ola!

Me desculpem pela demora, fiquei doente e só hoje consegui escrever para vocês. Espero que gostem!

Beijos da Camis. :*