𝙈𝘼𝘿𝙀𝙈𝙊𝙄𝙎𝙀𝙇𝙇𝙀 • 𝘽𝙚𝙖𝙪𝙖𝙣𝙮 𝘿𝙖𝙧𝙠

{ olhos penetrantes }

To be continued...

— Está aqui a passeio?

— Não, estou aqui a trabalho. Mas porque a pergunta?

Ela estava bonita, seis olhos tinham um marrom mais escuto com preto, seus lábios com brilho mais rosado, sua jaqueta preta com correntes pratas, uma calça jeans clara e uma blusa branca lisa, seus cabelos eram grandes e cacheados, com sua pele macia e perfumada.

— Aqui não tem muito o que se fazer, Carolina do Norte é bastante rasa em diversão para quem é jovem.

— Não sou tão jovem, tenho vinte e dois anos e não se preocupe, eu achei algo que pode me divertir enquanto eu estiver aqui — seus olhos se abrem deixando um sorriso malicioso ao morder o copo

Quem é essa mulher?

— Me desculpe mas isso foi uma cantada? — fecho um olho enquanto o outro a olhava com dúvida

— Você é fofo, porquê está em um lugar desses só por um amigo que nem está com você?

— Não gosto de decepcionar meus amigos, mesmo que isso significa fazer sacrifícios — olho para o horizonte sombrio da floresta

— Ele está com a Sina, o que significa que ele não vai sair daqui hoje, vai continuar a espera dele?

— Eu valorizo as promessas, ele me prometeu que não iríamos tarde pra casa, vou esperar isso acontecer.

— E se não acontecer?

— Eu vou embora e volto amanhã de manhã para buscar meu amigo e irmos para a escola de ônibus cheio — sorrio ao lembrar da época em que o ônibus nunca andava vazio

Ela me olhava tão intensamente, como se fosse uma incógnita ambulante, suas mãos apertavam o copo firmemente, respiro fundo tiram a tensão de mim até sentir sua mão no meu ombro

— Cuidado para não se decepcionar, eu já estou indo embora loirinho, tenho que ir pra casa o quanto antes.

— Quer que eu leve você até a metade do caminho pelo menos?

— Está de carro?

— Não, estou a pé mas acho que é só um pretexto pra escutar meus pensamentos de novo.

— Aceito o convite loirinho, vamos então? — disfarçadamente sua piscadela transparece entre os fios de seu cabelo, me guiando para fora da festa

— Você disse que era mais velha, quantos anos tem? — ando ao lado dela devagar por causa do salto

— Eu tenho mais de dezenove, pode confiar ok? — sua risada me surpreende por ser baixa e autêntica

— É tão bom escutar o silêncio, estou lá dentro por vinte minutos, imagine se fosse por horas? — escuto os corvos ficarem agitados

— Sabe o que dizem quando os pássaros estão inquietos?

— Não...