{ Até o meu jantar pt 1 }

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Any Gabrielly | Carolina do Norte
Entre 8:20 a.m

Era incrível a sensação de voltar dos mortos, a mesma sensação de tomar um tiro e ainda estar vivo, a mesma sensação de ser jogada do quarto andar e esperar que algo possa amortecer a queda, a adrenalina te mantém em alerta a cada milímetro de segundo.

E era assim que eu estava me sentindo ao estar no meio de tantos polícias, repórteres e pessoas enquanto faziam a vista grossa na cena do crime que havia cometido na noite passada.

A assassina do caso manequim, exposta como uma cidadã comum com interesse em saber os detalhes, enquanto as pessoas mal estavam conseguindo ver a cena de tão agonizante.

— Que Deus cuide dessa alma que sofreu tanto — escuto uma senhora de verde atrás enquanto segurava seu terço.

— Ou que o diabo o castigue mais do que sofreu dentro dessa loja, não sabemos se ele é inocente ou não de algo não é mesmo, tenha um bom dia — me retiro da sua frente seguindo para o outro lado

Coloco os óculos escuro para chegar mais perto da viatura, todos estavam abismados com tal cena, a detetive rodava o local olhando os mínimos detalhes, mas todos estavam na roda do hamster.

Apenas encontrando o que quero que encontre, dando a ele um pouco de coisas superficiais, essa gaiola ficava cada vez melhor com as caras de indignação.

A detetive veio de muito longe pra sair desse caso como fracassada, a polícia tinha ações duvidosas a todo momento, como se a sua farda fosse uma justificativa e sua arma fosse a vontade.

— O que vai fazer? Agora que temos a polícia na nossa direção?

— Vamos aproveitar isso e dar um pouco de visibilidade a todo esse espetáculo não é mesmo — observo Sina se encostar  atrás de mim.

— Onde está a Joalin? — suas orbis vasculham o local rapidamente.

— Está acessando o computador para montarmos o site, precisamos de um modo ou de outro, causar um pânico na população, infelizmente é um preço a correr.

— Encontro vocês no chalé com o Noah — seu corpo estava saindo de perto do meu, mas logo foi impedida.

— Não irei pra lá agora, passarei em um lugar antes, mas logo estarei lá — a solto sabendo da sua afirmação.

Coloco meus óculos de sol caminhando para o lado esquerdo, presto atenção nas ações presentes na cena do crime, poderia ser doentio, mas a verdade é que eu queria fazer barulho no gasto lugar, e pra fazer barulho, preciso fazer muito mais do que estourar um balão de festa.

Sigo para a descida da rua sendo surpreendida pela altura do loiro que chegava de bicicleta ao local, parecia curioso, seus olhos tinham muito mais do que somente curiosidade, o vejo saindo de sua bicicleta para se juntar a multidão.

— Mas que porra — o plano de ter encontrado em sua rua afundou se, até escutar a sua voz me chamando, acordando-me do transe.

— Olá mademoiselle, o que faz aqui? — vejo sua câmera se posicionar para que ele pudesse ver através da lente

— Estava passando e essa multidão chamou a minha atenção. E o que você está fazendo aqui loirinho?

𝙈𝘼𝘿𝙀𝙈𝙊𝙄𝙎𝙀𝙇𝙇𝙀 • 𝘽𝙚𝙖𝙪𝙖𝙣𝙮 𝘿𝙖𝙧𝙠Onde histórias criam vida. Descubra agora