{ vagalumes 02 }

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Any Gabrielly | Carolina do Norte

Sabe a sensação de ser duas pessoas ao mesmo tempo, sua cabeça entra em um colapso depois de uma tensão entre dois lados da guerra, um lado com sede de causar o caos entre até o desconhecido, e um lado que nunca experimentou o que chamam de alegria, como uma flor que parou no tempo ainda em uma pequena semente.

Então naquela noite, naquela baixa neblina, ao lado de um garoto tão fascinante como Josh Beauchamp, suas orbis estavam fissurados na imagem dos vagalumes chegando tão perto do rio em nível médio.

- As vezes eu queria ser como um vagalume, eles parecem tão tranquilos, serenos, muitas pessoas falam que queriam ter a liberdade de um pássaro, mas ser um vagalume é muito melhor - sua íris azul era como um farol para a minha fantasia.

- Até os pássaros tem sua cruz a carregar loirinho, eles olham a humanidade se matando, se humilhando, sendo pessoas horríveis todos os dias, eles nos observam de lá de cima.

- A verdade é que ninguém é livre o suficiente nesse mundo, as plantas não escapam do fogo, o ar não escapa da poluição, as aves não fogem do desespero e os humanos, eles não podem fugir da vida - sua boca entreaberta poderia ser um sinal para meu avanço.

- Você é um menino interessante loirinho, estarei observando você de longe, gosto de me surpreender.

- Não precisa estar longe, pode estar ao meu lado sempre que quiser, gosto da sua companhia, deixo de ser tão sozinho.

- Você se sente sozinho? - não economizo olhares quando se tratava do loiro de olhos azuis

- Desde os meus dez anos.

- Você não precisa se sentir assim, eu sempre estarei te observando e eu farei com que me bote indiretamente, saberá que tem um par de olhos te olhando e admirando enquanto andas.

- Não faça isso, irá se cansar como os outros que já participaram da minha vida.

- Acredite loirinho, eu não sou como os outros, não é como se eu fosse normal, quando você está disposto a viver com um propósito, todos os dias quando você acorda, parece que alguma hora tudo vai desmoronar.

- Qual é o seu propósito?

- Encontrar a minha paz interior - um sorriso de canto surgiu em seu maxilar marcado de uma expressão analítica.

- Isso parece bom pra mim - seis olhos analisaram a minha face por longos três minutos, o que ele queria com aquilo.

- Está me analisando loirinho? - chego mais perto sentindo o toque dos nossos ombros.

- Desde a primeira vez que eu te vi, reparei muito em teus olhos, em como estão carregados de traumas, mas ao mesmo tempo tem um pouco de esperança, talvez - seu polegar arrastou contra a minha bochecha, tirando uma mecha de cabelo longo do meu rosto.

- Você é mesmo o que dizem não é? - respiro profundamente sentindo meu corpo relaxar com a aproximação tranquila.

- E o que te disseram sobre mim? Hum? - seu nariz tocou no meu em seguida, minha pele se arrepiou com seu hálito quente batendo perto da minha boca.

- Que você era como um anjo na terra, só faltaram dizer que era a reencarnação de Deus - seu sorriso era alinhado e aquilo me fazia parar no tempo, ele estava a centímetros de alguém que ele acha que conhece.

- Eu não tenho mais o que dizer, então... - seus lábios finos tocaram os meus com suavidade e capricho.

Seu sabor era menta, e aquele sabor já estava sendo o meu preferido assim que tive contato, sua língua pedia espaço para deixar aquelo beijo mais vicioso. Não era forçado, não era um beijo de urgência, estava sendo um beijo preparatório.

Suas mãos que estavam em contato com meus fios de cabelos estavam a descer para a minha cintura, apertando o local para que pudesse me soltar mais, arfar entre o beijo me deixou em êxtase.

Meus impulsos me puseram em seu colo, colocando o mesmo deitado, enquanto suas mãos tiravam meu cabelo de vista, seus lábios estalando em meus pescoço tinha sindo um dos melhores sons que havia escutado.

A palma de suas mãos massageava me, minhas costas endureceram com sua língua quente no lóbulo da minha orelha, sorri em seu ouvido, mas precisava ir, precisava sair da fantasia.

- Eu tenho que ir loirinho, mesmo que isso me prenda a você, não posso ficar aqui - com a respiração desregulada, sinto minha boca seca

- Se me disser que quer ficar, eu te faço ficar - sua boa entreaberta com uma voz abafada por ainda estar colado a mim

- É por isso que preciso ir, porque você pode ter o poder de me fazer ficar e me fazer esquecer do mundo fora dessa floresta - com um beijo profundo em seus lábios, me disperso do calor do seu corpo

- Te vejo por aí, Mademoiselle.

- com certeza, loirinho.

𝙈𝘼𝘿𝙀𝙈𝙊𝙄𝙎𝙀𝙇𝙇𝙀 • 𝘽𝙚𝙖𝙪𝙖𝙣𝙮 𝘿𝙖𝙧𝙠Onde histórias criam vida. Descubra agora