𝙈𝘼𝘿𝙀𝙈𝙊𝙄𝙎𝙀𝙇𝙇𝙀 • 𝘽𝙚𝙖𝙪𝙖𝙣𝙮 𝘿𝙖𝙧𝙠

{ Man or woman, let's get you }

Any Gabrielly | Carolina do Norte
           on the way to destiny

Talvez fosse fácil pro mundo achar que a causa da destruição da terra fosse o homem, mas o que eles mal sabiam é que a causa de muitos acontecimentos aconteceram por mãos femininas.

Assim como dar a luz, ceder o nascimento, poderíamos ser a causa da destruição da terra, era mais fácil acreditar que a burrice do homem pudesse matar a todos, então porque continuam nos matando?

Pensei assim por muito tempo, mas infelizmente estamos presos a um ciclo ontem se não protegemos os frutos, outras pessoas acabam fazendo o que quiser com aquilo que plantamos.

— Chegou tarde ontem? — escuto a voz da loira que tinha adormecido no sofá.

— Na verdade cheguei agora a pouco, pode me explicar o motivo de ter dormido no sofá? — pergunto-lhe enquanto fazia panquecas na frigideira.

— Estava sem sono, optei por assistir mas peguei no sono aqui mesmo. — ela estava mentindo.

—  Viu a reportagem de ontem á noite? Terrível, fiquei desacreditada com o que aconteceu com aquele cachorrinho. — ela não mentiria pra sempre.

— Vi, foi realmente assustador né? — bingo.

— É tão difícil assim falar pra mim sobre o seus ataques de pânico?

— Quê?

— Seus pulsos estão vermelhos de arranhões, a casa não foi invadida, seus olhos estão inchados, estava chorando sem parar provavelmente.

— Não é da sua conta! Licença. — entendia o porque do segredo, mas na maioria das vezes, os segredos nos matavam.

— Maria! — grito seu nome deixando tudo pra trás, precisava que ela sentisse liberdade.

— Me deixe em paz por favor, não me obrigada a fazer isso! — mesmo que ela precisasse chegar ao fundo do poço primeiro.

— Você é muito covarde mesmo, não consegue nem mesmo controlar os seus traumas, acha mesmo que pode ter uma família feliz com o Noah se não conseguir se conter? Você é uma piada, Maria!

— Cala a boca! Você não sabe como é acordar de uma paralisia do sono, você não sabe o que é fechar os olhos e todas as cenas se repetirem na sua cabeça, não sabe! Não sabe de nada! — estava com raiva e era normal, mas não queria raiva, queria que ela explodisse.

— Não tente justificar a sua vida aos seus traumas, jogue todos eles no lixo e recomece como Sina, deixe a Maria morrer de vez! Você revivi ela toda vez que usa a sua mãe pra justificar suas ações!

— Já mandei calar a boca, porra! — senti meu lado esquerdo arder pelo seu tapa, a pressão estava subindo aos poucos e por mais que odeie apanhar, eu faria de tudo por ela.

— É a primeira vez que bate em alguém? Já senti socos mais fortes que isso Maria, me explica uma coisa, como é não ter controle do seu próprio corpo? Deve ser tão frustrante, reviver as mesmas cenas na sua cabeça, tentando olhar de pontos diferentes a sua própria história — as orbis estavam tristes, dava pra ver a sua frustração, mas ela precisava encarar isso.