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Senti uma mão gelada encostando no meu braço. Abri os olhos rapidamente, em alerta, mas era apenas Dale.

— Calma, garota — disse me entregando uma garrafa de água e um enlatado. Olhei em volta no acampamento enquanto pegava a água e o enlatado. — Partiremos em breve - explicou ao ver meu olhar nas barracas desmontadas. — CCD. Jim foi mordido e nós queremos tentar a sorte.

Concordei com a cabeça e sentei. Comecei a comer o enlatado com a colher que estava ali mesmo. Shane estava dando as instruções para as pessoas, pois logo sairíamos. Peguei minhas coisas em cima do trailer, e dei um jeito de amarrar a mochila na moto.

Meu pai me olhou e ergueu a sobrancelha, fazendo uma pergunta silenciosa. Assenti com a cabeça. Morales e sua família estava se despedindo do grupo, mas nem prestei atenção, apenas chequei se toda a munição e os remédios estava na bolsa da moto ainda. Daryl subiu na moto e deu partida. Fiz força nos meus músculos, que estavam doloridos e fiquei de pé em cima da moto, como já fiz com meu outro pai.

Ele partiu na frente dos outros, com o trailer e mais dois carros atrás, para caber todos. A estrada parecia calma, então sentei, agarrando a blusa dele. Uma ou duas horas depois, olhei para trás, vendo o trailer sair fumaça.

— Pai — chamei. — O trailer.

Ele diminuiu a velocidade e olhou para trás.

— Merda — deu o balão com a moto, estacionando ao lado de Dale.

— Falei que não iriamos longe com essa mangueira — disse olhando para Rick, que colocava o chapéu. — Disse que precisava daquela do furgão.

— Dá pra fazer uma gambiarra? — Rick colocou a mão na cintura, fazendo sua pose de "chefão".

— Está sendo assim até agora, tem mais fita que mangueira — Dale disse. — E a fita acabou.

Eles continuaram a conversar, enquanto eu subia no trailer para vigiar os arredores. Algumas pessoas saíram em busca de gasolina, mas logo voltaram, com apenas 1 galão. Jim, sendo mordido enquanto ainda estávamos no acampamento, pediu para ser deixado ali, na sombra de uma árvore. Os adultos discutiram sobre isso, enquanto eu olhava a pista em volta. Avistei um walker de longe e mirei para matá-lo, mas aparentemente ele trouxe uns amigos junto. Olhei para os dois homens que colocavam Jim no pé da árvore e chamei atenção de todos ao pular do trailer.

— Nós temos que ir — disse baixo, mas alto o suficiente para poderem ouvir. — Tem um bando vindo, mas se movendo lentamente, apenas vagando. Viramos na Rodovia 5 e conseguimos despistar, e também cortar caminho para o CCD.

Eles assentiram e cada um entrou em seu carro rapidamente e saindo daquela estrada, deixando Jim para trás.



O cheiro pútrido dos corpos em frente ao CCD me deixou enjoada, e por um instante pensei que iria vomitar. Meu nariz queimou e meus olhos lacrimejaram.

Espirrei.

Todos olharam para mim e soltaram um risinho.

— Seu espirro é muito fofo — T-Dog disse ao meu lado.

— Ah, cale a boca.

Caminhamos até os portões de ferro do CCD, desviando dos corpos. Engatilhei a glock para caso precisasse, analisando a situação em volta. Uns duzentos corpos estavam espalhados pelo pátio, milhares de moscas se faziam presentes, mas nenhuma arma. Quem quer que tenha matado aqueles walkers ainda estava vivo.

— Não tem ninguém aqui — Shane disse depois que ele e Rick tentaram abrir as portas.

— Então por que estão fechadas? — o xerife perguntou.

Cocaine - TWD (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora