O sol forte batia no meu rosto, enquanto eu caçava ao redor da minha casa. Tinha se passado exatamente um mês desde que tudo começou, e eu estava sozinha até agora. O mundo agora estava uma calmaria. A floresta era e sempre foi o meu lar, por isso, a maior parte do tempo eu ficava nela, aproveitando seu ar puro.
Nesse dia, em especifico, eu estava caçando, coisa que não fazia há muito tempo. Os mantimentos da minha casa ainda estavam com uma boa quantia, e também tinha a horta, onde eu cultivava legumes frescos, mas eu gostava de carne, e desde que o que eu e meu pai caçamos acabou, eu só comia legumes e coisas enlatadas, que estavam me enjoando.
Eu olhava em volta, procurando sinais de algum animal, qualquer que fosse. Minha colt python estava em um coldre em uma perna, a glock na outra e meu rifle pendurado nas costas. Só os usaria em emergências. Tinha também algumas coisas escondidas, como facas e, por algum estranho motivo, pelo qual não sei por que decidi, uma corrente. Nas mãos eu segurava um estilingue, com várias pedras no bolso da jaqueta. Apertei meus olhos para enxergar melhor. As pegadas de um cervo estava se misturando com a de outra coisa. Não estavam frias, mas a coisa já poderia ter pegado o cervo.
Comecei a seguir as pegadas, silenciosamente. De repente, pouco depois que as pegadas se misturaram, escutei uma voz gritando.
— Mãe! Pai! Mamãe! Mãe! — e não parava. Corri na direção de que a voz estava vindo, o mais rápido possível.
Fazia tempo que eu não via pessoas. Conforme a voz foi ficando mais alta, pude ouvir outros gritos:
— Carl! Carl, onde você está?
Cheguei em uma clareira, onde um walker comia o cervo que eu estava perseguindo. O cervo estava com duas flechas espetadas na bunda, então deduzi que alguém daquele grupo estava o caçando.
— Merda — atirei uma pedra, matando o walker.
No segundo seguinte, vários adultos chegaram na clareira que eu estava, não dando tempo para eu correr. Todos apontaram, as armas para mim. Levantei as mãos, mostrando não ser perigosa. Reparei que ninguém do grupo tinha um arco e flecha ou uma besta. Mais pessoas, de aparência assustada começaram a aparecer, para descobrir o que estava acontecendo. Não pude tirar mais conclusões, porque um barulho no arbusto atrás de mim me fez tirar rapidamente a colt do coldre, apontando para o arbusto.
— Pai? — falei abaixando a python.
O homem loiro de aparência suja, se tornou um borrão, e no segundo seguinte senti meus pés serem tirados do chão, com brutalidade.
— Meu Deus, eu pensei ter te perdido — Daryl apertou me apertou mais, me deixando sem ar.
— Daryl, quem diabos é ela? — O velho com chapéu de pesqueiro perguntou.
— Essa é a minha filha, a...
— 10 Mil. Meu nome é 10 Mil - o interrompi antes que ele falasse meu verdadeiro nome.
— 10 Mil? Que história é essa? — meu pai perguntou me olhando. O olhei tentando transmitir palavras que não conseguiria falar em voz alta.
— São quantos walker que eu vou matar.
— E como está a contagem até agora? — o homem com a camisa azul e uma escopeta disse.
— Contando com esse eu chego ao total de 100.
— E quando acabar a contagem? — reconheci o garoto que estava gritando. Ele deveria ter a minha idade.
— Aí me chamarei 15 Mil.
Conforme o dia foi passando, muitas coisas aconteceram. Um dos homens prendeu meu tio Merle no telhado de um prédio, e um grupo foi buscá-lo. Não me deixaram ir. Depois que o grupo de busca saiu, todos foram fazer o que faziam sempre. Fui para perto de onde as mulheres estavam lavando roupas. Peguei mais pedras na margem do rio, tirei os coturnos e dobrei a barra das calças, indo até onde a água batia nas minhas canelas.

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Cocaine - TWD (HIATUS)
AcakE se o mundo virasse de ponta cabeça? E se os mortos se levantassem e tentassem te comer? Basta apenas uma mordida. Um arranhão e tudo já era. Como será que é a vida de um garota de 12 anos nesse mundo?