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De banho tomado, eu e Enid descansamos um pouco, após chegar em Alexandria. Eric e Aaron estavam ajudando Deanna com os preparativos para a festa, por isso a casa ficou totalmente livre para nós duas.

— Ainda quer transar? — Enid perguntou, enquanto o filme passava na televisão. Era uma TV velha, com um conversor de vídeo cassete.

— Não tenho energia para fazer nada — bocejei.

— Eu também não — suspirou. — Acho que vou tirar uma soneca antes de dar 15:00.

— Vou te acompanhar, então — desliguei a TV, me aconchegando melhor em Enid.

Alguns minutos depois, acordei desnorteada, olhando para o relógio. Já eram quase 15:00, mas decida ficar admirando Enid antes de acordá-la. Seus traços eram delicados, mas eu não sabia se ela puxou o pai ou mãe. Seus cabelos castanhos eram escorridos, e estavam sempre penteados, diferente do meu. Quando sua respiração foi ficando mais leve e rápida, deixei um selinho em seus lábios, vendo-a sorrir logo depois.

— Uma foto dura mais — abriu os olhos, me encarando.

— Mas na vida real posso beijar — iniciei um beijo lento.

— Tá bom, tá bom — separou o beijo com alguns selinhos. — Tenho que ir agora — se levantou.

— Vou jogar videogame na casa do Ron — pisquei com um olho só. — Ah, e... se você ver o 10 Mil por aí, por favor, peça desculpa por mim.

— O que você fez? — riu levemente.

— Eu meio que bati a porta na cara dele depois de gritar que ele transou com você.

— Meu deus — riu. — Tudo bem, eu faço isso por você — beijou minha bochecha e depois se levantou, saindo pela porta.

Enrolei um pouco antes de sair, aproveitando também para comer um lanche. Quando bati na porta da casa do Ron, Pete, seu pai e médico, atendeu totalmente bêbado.

— 10 Mil, minha querida — sorriu, abrindo a porta cambaleando. — Ao que devo a honra? — Deu espaço para eu entrar.

— Ron está? — perguntei, me afastando dele, que insistia em se aproximar.

— Você não foge dessa vez, Jessie — falou, batendo no meu rosto. Entendi o que estava acontecendo. Ele batia em sua esposa. Por isso ela aparecia com hematomas, e dizia ser por cair.

Rebati com um soco, que o atordoou. Ele passou uma rasteira em minhas pernas, me fazendo cair. Meu tamanho não ajudava a lutar bem conta o homem de quase dois metros, me fazendo ter essa desvantagem. Seus bracos seguraram meus pulsos, mas dei um chute em seu saco, fazendo-o fraquejar.

Aproveitei o momento para forçar o seu corpo para cima, levando o meu junto. O barulho de vidro quebrando se fez presente, mas Pete caiu por baixo. Rolamos pelas escadinhas que tinham ali, continuando a briga no meio da rua agora.

Seu punho fechado acertou meu nariz, mas ignorei a dor. Tentei levantar, mas ele me segurava, então dei mais um chute no meio das suas pernas. Ele caiu por cima de mim, mas não dei oportunidade para que ele me socasse, ficando por cima dele. Além do meu nariz, minha sobrancelha também escoria sangue, assim como a minha testa. Provavelmente algum caco de vidro da janela tinha me acertado.

Senti dois braços me segurando e me levantando, vendo Jessie correr até Pete, desesperada. Reparei nos moradores que agora se reuniam em uma roda envolta de nós. 10 Mil me segurava fortemente, enquanto eu chutava para todos os lados, parecendo uma criança.

— ME SOLTA, CARALHO — berrei. — NÃO ENCOSTA EM MIM, PORRA — berrei novamente, quando 10 Mil afrouxou o aperto. Percebi o olhar chocado das pessoas em mim, até que olhei para baixo e entendi o que aconteceu.

Cocaine - TWD (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora