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— Eita, calma, garota — falei para Shiva, que pulou em cima de mim, apoiando as patas nos meus ombros.

— Meu deus, uma tigresa — Sophia disse, encantada.

— Acho que a Shiva recebe mais carinho da 10 Mil do que eu — Enid ri leve, fazendo carinho atrás da orelha dela.

— Boa noite — Ezekiel se fez presente, sorrindo, junto de Benjamin, seu "tutorado". Shiva desceu dos meus ombros, indo para perto deles. — Pensei que só chegariam de manhã — pegou a caixa das mãos de Sophia.

— Era para chegarmos amanhã, na verdade. Mas primeiro passamos por Oceanside e não por Hilltop.

— Oh, sim — começou a andar para dentro do Reino, acompanhado por nós quatro. — E quem é essa dama, que acompanha vocês hoje?

— Meu nome é Sophia — acenou com a cabeça.

— Agora ela vai nos acompanhar nas entregas — dei a mão para Enid, entrelaçando nossos dedos. — Agora que Woodbury caiu e temos que procurar suprimentos médicos.

— É um prazer conhecê-la, senhorita...

— Peletier. Mas pode me chamar de Sophia mesmo.

— É um prazer, Sophia — Benjamin pegou sua mão, deixando um beijo casto.

Ela se virou para mim, desconfortável. Dei de ombros, deixando com que ela resolvesse o problema.

— É... — soltou a mão dele cuidadosamente, chamando a atenção do rei. — Sou lésbica — sorriu sem graça.

— Desculpe, não tinha como eu saber — Ben quebrou o clima, rindo anasalado.

— Sem problemas — Sophia deu um soquinho fraco no ombro dele, e nós continuamos a andar.

— Ei, acordem — mexi nos pés de Sophia e Enid em simultâneo, para acordá-las.

— Que horas são? — Enid levantou a cabeça, com o rosto inchado.

— 7:00 horas — respondi, olhando o relógio de pulso. — Saímos as 8:00.

Ela concordou, se levantando, assim como Sophia.

— Bom dia — falou se espreguiçando.

— Bom dia — respondi, me virando para a porta. — Ah, antes que eu me esqueça, se você tiver algo de valor sentimental, sugiro que guarde na bolsa.

— Cade as suas armas? — perguntou olhando para minhas pernas, que estavam sem os coldres, e o rifle que não estava pendurado nas minhas costas.

— Estão guardados na caminhonete — passei a mão no cabelo, bocejando. — Faremos a entrega dos salvadores junto do rei — expliquei. — Eles gostam de coisas exuberantes e poderosas. Não quero perder elas para eles.

— Mas você não vai levar... nada? Nem o estilingue? — começou a colocar os sapatos.

— Ela nunca disse que iria de mãos vazias — Enid falou, terminando de arrumar os sapatos.

— Ela tem razão. Estou levando, mas você não está vendo — pisquei com um olho só.

Ela concordou com a cabeça, se levantando. Enid também se levantou, vindo até a porta.

Tomamos café da manhã, depois esperamos o rei para fazer a entrega, colocando a caixa de munição no caminhão, esperando eles na parte de trás.

Quando o caminhão finalmente saiu, alguns dos guerreiros da linha de frente estavam atrás conosco, mas todos em silêncio. Em determinado momento da viagem, o caminhão parou em um solavanco, me fazendo ficar preocupada.

Cocaine - TWD (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora