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— Ai, meu deus — a voz de um homem soou, fazendo eu me sentar, puxando o lençol para cobrir meu corpo. Senti Enid fazer o mesmo do meu lado, olhando para a porta da loja de colchões, onde o homem estava. — Nossa, sério, desculpem-me — ele cobriu os olhos com a mão, desajeitado. — Deixarei vocês se vestirem.

Assim que o homem saiu do nosso campo de visão, e depois do choque, nós nos levantamos rapidamente e começamos e nos trocar. As mãos de Enid tremiam, a impedindo de se trocar tão rápido quanto eu, que, em quase um minuto, estava colocando as armas nos coldres.

— Espera, Aiden, não entre aí — a voz do homem soou.

— Por quê? Está tudo limpo, não? — A voz do segundo homem, Aiden, soou.

— São duas garotas — falou, baixo, mas mesmo assim consegui ouvir. — Elas estão se trocando.

— Tem certeza que você não está alucinando? Não é isso que os gays fazem?

Ao escutar essa frase, tremendo de ódio, segui por onde as vozes vinham, no corredor, na frente da loja ao lado. O homem, que supus ser Aiden, agora andava na direção da loja de colchões, enquanto o outro estava chocado pelo que ele dissera.

— Se você der mais um passo para tentar espiar a minha garota se trocando, eu te mato. Não erraria um tiro tão limpo — falei sacando a colt do coldre.

Ele parou na hora, levantando as mãos. Com rapidez, saquei a glock com a outra mão, apontando para o outro lao do corredor, por onde outro homem vinha.

— O mesmo vale para você.

Alguns segundos depois, Enid saiu da loja de colchões, carregando a pistola na mão e uma faca no coldre. O primeiro homem, que eu ainda não sabia o nome, assoviou, provavelmente para chamar outras pessoas.

— Achamos gente viva! — gritou para o corredor atrás de si, confirmando minhas suspeitas.

Abaixei as armas, mas não as guardei, olhando para Enid.

— Eric? — a voz de outro homem veio pelo corredor. Cheguei mais perto de Enid, para poder protegê-la.

— Aqui, Aaron — o primeiro homem, que deduzi ser Eric, falou. Logo depois. O tal de Aaron e mais um homem negro surgiram, me fazendo ficar mais apreensiva.

O que me surpreendeu, foi quando Aaron deu um selinho em Eric, mas não demonstrei.

— Olá, eu sou o Aaron — disse, levantando a arma em sinal de paz. — Esses são Heath, Eric, Aiden e Spencer.

— Meu nome é 10 Mil — falei olhando para a garota ao meu lado, que concordou com a cabeça. — E essa é a Enid.

— Tudo bem, nós não vamos machucá-las — Eric disse. — Temos uma comunidade. Muros. Segurança. Comida.

— Energia elétrica — só agora lembrei que antes de dormir apaguei todas as luzes e eles nos iluminavam com lanternas.

— O que você acha? — perguntei baixo para Enid, para que os homens não escutassem.

— Eu não sei — suspirou, passando a mão nos cabelos bagunçados. — Spencer e Aiden não parecem confiáveis.

— Mas se for uma comunidade, não precisaremos ver eles. E caso de errado, podemos voltar para cá — guardei a colt para colocar a mão no cotovelo dela.

Enid pensou por alguns segundos, antes de concordar com a cabeça.

— Nós vamos. Mas que fique claro, se alguém fizer alguma gracinha, eu mato.

Fechei o zíper da minha segunda mochila, que estava cheia de roupas. A primeira tinha minhas munições, pilhas e alguns enlatados, e estava mais pesada que a de roupas. Enid levava apenas suas roupas em uma mochila surrada, deixando a mais pesada para mim. Quando saímos da loja de colchões, os cinco pares de olhos se viraram para nós.

Cocaine - TWD (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora