chapter 15

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POV's Aidan

O sol já havia nascido e eu ainda não consegui pregar os olhos desde a noite passada, por causa daquela ligação.

Além de que a conversa que eu, a Millie e a Emma tivemos logo a seguir da chamada, não foi de muita ajuda, só me deixou mais ansioso. Pois ambas não fazem a menor ideia de qual é o perfume favorito da S/n, até porque, segundo elas, S/n nunca contou.

— Toque, toque, posso entrar? — Ouço a voz da tia June.

Fazia tempo que eu não conversava com ela, e conversas com a tia June é o mesmo que terapia.

— Entra. — digo.

— Como tem passado? Se aventurou bastante? — ela ri.

Parece que ela notou que estou cabisbaixo, pois o sorriso sumiu de seus lábios em poucos segundos.

— Tenho passado bem até. Mas sobre as aventuras, elas estão cada vez mais perigosas. — faço uma careta. — Acho que preciso de umas férias. — suspiro pesado.

Ela se aproxima e senta na ponta da minha cama. Eu estava deitado debaixo do edredom, antes esperando o maldito sono que nunca chegava.

— Está doente? — pergunta ao me observar.

Ela começa a medir a minha temperatura com a mão, mesmo eu sempre dizendo a ela que para isso é necessário um termômetro, pois a mão não serve para medir a temperatura corporal.

— Não. — a respondo e solto uma pequena risada. — Só estou cansado.

— A minha intuição diz que tem algo a mais. — tia June estreita os olhos me fitando. — E aquela garota do parque? — Surgiu-se um sorriso malicioso no canto da boca dela.

— Ah, ela... — digo e logo S/n vem a minha mente, o que me causa um sorriso bobo. — S/n está bem, viramos bons amigos, por quê?

— Nada não, só queria saber como ela estava. — ela soltou uma risada, enquanto eu fingi acreditar no que ela disse. Provavelmente tinha mais por trás disso.

— E então, o que veio fazer aqui em casa? Vai ficar para o almoço? — pergunto desviando do assunto anterior.

— Sim, vou ficar. Estava com saudades de você e queria conversar com a sua mãe, então vim. — sorriu.

— Quis dizer fofocar? Vocês duas juntas não conversam, e sim fofocam. — ela gargalhou da minha fala.

— Bobo, hoje é sobre algo sério.

— Ok. Acredito. Vai lá fofocar, vou dormir mais um pouco. — finjo um bocejo.

— Não vou fofocar, vou conversar. Enfim, bons sonhos. — ela dá um beijo na minha testa.

Ela acenou e eu fiz o mesmo gesto de volta. Quando finalmente estava sozinho, me deitei de costas para a porta e fechei os olhos. Enquanto os meus pensamentos continuavam ali, enchendo-me o saco. Não permitindo que o sono viesse.

× × ×

Acordei me sentindo cansado. Odeio essa sensação, é uma das piores, no meu ponto de vista.

Me sentei na cama e peguei o celular para ver as horas, e acabei notando que tinha perdido a ligação de um número desconhecido e esse mesmo número me mandou mensagem.

— Que suspeito. — digo franzindo a testa.

Abro as mensagens e vejo fotos da S/n presa em uma cadeira, de cabeça abaixada, como se estivesse cansada ou desmaiada. E havia sangue no chão.

October 20th, 2020Onde histórias criam vida. Descubra agora