♈Capítulo 3 - Doze Badaladas de Distância♉

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95 MINUTOS ANTES

ㅡ Nós contemplamos os astros e não temos motivos para desacreditar que eles nos contemplem de volta. Doze casas, doze badaladas que representarão as doze cúspides do zodíaco. O sol de Áries que transitará para Touro ao soar da décima segunda batida. O fogo transformado em terra. A coragem que se une a obstinação. ㅡ o locutor respirou fundo, dando ao público a famosa pausa dramática. ㅡ Senhoras e senhores, eu sou Jackson Wang e essa é a grande festa da virada! ㅡ fogos de artifício foram lançados do palco e a música teve sua deixa para soar.

ㅡ Parece que entramos em um culto. ㅡ A voz de Minho surgiu alta ao lado de Han, tentando vencer os ruídos ao redor. ㅡ Tem certeza que não vendemos a nossa alma para aquele cara na entrada?

ㅡ Descobriremos em dez anos. ㅡ gritou de volta.

Decidiram ignorar os acontecimentos de algumas horas antes. Não achava que o amigo tinha voltado atrás na opinião que tinha sobre si, mas honestamente, aquilo não era realmente relevante. Fora apenas um momento de estresse o qual superaram rapidamente.

ㅡ Qual é o lance da cúspide no fim das contas. Comemorar a passagem do sol? ㅡ o moreno perguntou a Han.

ㅡ Cúspide é o nome que dão para o dia do mês que os signos mudam. Hoje é de Áries para Touro, mês que vem será de Touro para Gêmeos e assim por diante. ㅡ esclareceu. ㅡ Mas a boate em si funciona normalmente nos demais dias. Claro que não com tanta clientela quanto nos dias de virada, mas funciona.

Minho assentiu e franziu o cenho, parecia pensar em algo.

ㅡ Você é regido por Touro?

ㅡ Não. ㅡ Han respondeu. ㅡ Na verdade, eu sou do último minuto de Áries.

ㅡ Azar o meu. ㅡ alfinetou. O máximo que sabia sobre signos era a má fama do temperamento ariano. ㅡ Pelo menos a música é boa.

Han discordaria daquela informação se estivesse prestando atenção no amigo, mas o seu foco estava em varrer o ambiente com o olhar para traçar as melhores estratégias para capturar seu suspeito assim que o vissem. Tinha a desvantagem de não poder portar a sua câmera de longo alcance, era a que tinha a melhor definição, mas chamaria muito a atenção das dezenas de pessoas ao redor. As peças estavam postas no tabuleiro e ele precisava saber movimentá-las se quisesse vencer a partida, principalmente em um local como aquele em que não tinham o privilégio de uma vista panorâmica ou o auxilío de tecnologia de ponta. Seria uma caçada complicada para dizer o mínimo.

ㅡ Haaaaaaan! ㅡ Seu War mental foi interrompido pela saudação gritada, mal teve tempo de focalizar a garota de cabelos fartos e azuis, antes de tê-la sobre si, quase o derrubando ao agarrar seu lombo em um abraço desajeitado.

ㅡ Oi, Yuna. ㅡ cumprimentou a amiga, devolvendo o aperto da melhor forma que conseguia.

Yuna era uma das suas amizades mais antigas. Tinham se conhecido no Ensino Médio. Tinham alguns amigos em comum e acabavam saindo bastante. Parte de si acreditava que perderiam o contato pós-formatura. Mas Yuna não era o tipo de pessoa que se deixava esquecer com as viradas de estações. Haviam alguns bons meses que não a via, talvez ficasse mais animado com a sua presença se não fosse em um momento importante como aquele.

ㅡ Está mais difícil falar com você do que com o senhor d'A Coroa. Tem telefone pra quê, lindíssimo? ㅡ advertiu já afastada e com as mãos na cintura. ㅡ Mal pude te dar os parabéns decentemente. Inclusive, feliz aniversário.

ㅡ Eu não me importo muito com essas coisas, você sabe. ㅡ repsondeu, prestando atenção mínima ao que ela realmente o dizia.

ㅡ Foda-se. Eu me importo. ㅡ disse jogando as mãos para cima. ㅡ Agora faz um pedido e assopre as velas.ㅡ Ela ergueu a mão vazia no rumo do queixo de Han, estendendo um bolo invisível. Ele questionaria a sobriedade de Yuna se não a conhecesse a tanto tempo. A forma exagerada e expansiva da amiga era a sua característica mais forte.

♈Sósia♉| MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora