♈Sósia♉| Minsung

♈Capítulo 10 - Intérprete Fajuto

♈HAN

Han sentiu muita falta de sua moto ao retornar para a empresa.

O centro de Seul tem de tudo. O que é bom para quem tem gostos peculiares ou para os aventureiros da vida urbana. Por outro lado, isso faz todos os cantos ficarem muito distantes um do outro. Mesmo que a orla do rio e a Coroa ficassem próximos, ainda existia uns bons seis quilômetros que os separavam e isso significava uma caminhada de ao menos quarenta minutos. Poderia ter tomado um táxi, mas decidiu que a caminhada seria favorável ao plano que precisava bolar.

Tinha uma pergunta para responder a princípio: Como Jeon Suho conseguira estar na Cúspide naquele dia?

O problema é que não sabia o que tinha que procurar para começar a solucionar aquele questionamento.

Tudo o que tinha era um pedaço pixelado de vídeo e uma teoria pela metade. Tentara parecer confiante para Jisung como se já tivesse tudo milimetricamente arquitetado. Não era verdade. Só tinha imaginado as coisas até o momento que convencia o duplicata de manter a troca, a partir de agora estava ligado no modo improviso. Mas de uma coisa ele tinha certeza, o caso Jeon Suho havia mais pistas a serem desvendadas. Ele só precisava de um momento de clarividência para entender por onde começar a procurá-las.

Não fazia sentido buscar pelo vídeo na íntegra. Quem quer que estivesse com o Senhor Jeon, não apareceria nas filmagens. A polícia teria notado se aparecesse. O mais racional que vinha a sua mente era conseguir de alguma forma as filmagens das câmeras de segurança da boate. Mas não achava que aquele era o ponto. Algo o dizia que isso seria apostar no lugar errado. A pergunta mais importante era como Jeon Suho havia se deslocado até lá. Isso sim abriria os horizontes para o que precisava concluir.

Os sapatos o incomodavam muito quando alcançou a entrada do prédio, pelo menos a falta de sol no céu o impediu de suar absurdamente. Escolheu entrar pelo estacionamento que pela entrada convencional. Não queria correr o risco de tomar o caminho errado, ao menos aquele conhecia pela visita anterior. Não conseguiu evitar dar um salto surpreso ao ter Bang Chan subitamente em seu campo de visão, assim que as portas do elevador se abriram para o interior da Coroa.

ㅡ Cruz credo, menino. Você me assustou. ㅡ assumiu com a mão no peito

ㅡ Onde esteve? ㅡ Bang Chan se contentou em perguntar. Não estava com a melhor das feições. Os braços estavam cruzados na altura do peito e o olhar era inquisidor. Parecia querer arrancar todos os segredos de seus lábios apenas o olhando.

ㅡ As vezes eu esqueço que a sua função é ficar na minha cola. ㅡ respondeu, desviando totalmente da pergunta. O olhar do outro endureceu mais. ㅡ Saí para tomar um ar. O escritório estava me sufocando.

As sobrancelhas do secretário se levantaram. Foi a única parte de sua feição que se modificou. Imaginou que estivesse surpreso ou não queria vacilar na expressão séria. Sair para tomar um ar pode não ser algo que Jisung faria. Pelo motivo que tinham para proibir computadores na casa do Jeon, Han sabia que seu duplicata era um workaholic chancelado. Deveria ter imaginado que a empresa não deveria ser algo hostil a ele. Aquela justificativa poderia ter soado suspeita.

Sentiu um leve frio na espinha que logo eliminou pela certeza que tinha da primeira e maior regra do disfarce: as pessoas ao seu redor não vão nunca desconfiar que você está disfarçado.

O máximo que poderiam era achá-lo estranho caso ficasse muito nervoso. Mas o palpite certeiro de que alguém está se passando por outro, não é o primeiro a surgir no imaginário alheio. Na pior das hipóteses, poderiam cogitar um ataque do estômago pelas caretas desconfortáveis. Nada que não poderia lidar com uma boa e velha desculpa esfarrapada. Ficaria bem.