♉Capítulo 15 - Turbulência e Caos♈

67 2 0
                                    


O homem puxou uma respiração resfolegante assim que teve a visão desobstruída pelo saco de pano escuro que a cobria segundos antes. Deixou que o ar queimasse em seus pulmões enquanto se afogava pela sensação de ter o oxigênio de volta a sua circulação. Piscou algumas vezes para se acostumar a claridade, os olhos doíam e o latejar de um hematoma na lateral esquerda o mostrava que não era pela sensibilidade à luz.

Não sabia quanto tempo havia se passado, poderia apenas supor pela barba que começava a apontar no rosto. O corpo já quase se fundia ao conjunto de algodão que substituíra seu terno dias atrás. Deixou o tronco tombar sob a mesa posta a sua frente, a respiração já se normalizava.

ㅡ Não imaginei que seus homens tivessem ordens para serem violentos. ㅡ disse para a segunda figura sentada a sua frente.

ㅡ Eles não têm.

ㅡ Que inconivente então que eu esteja agora com um hematoma no rosto.

Ainda podia sentir a sensação do punho violento contra seu rosto, enquanto se colocava para dentro do veículo.

O outro homem sorriu.

ㅡ Fez boa viagem?

ㅡ Confesso que não me afeiçoei aos enjoos que senti durante o trajeto.

ㅡ Você terá bastante tempo para respirar ar fresco por aqui. Tentarei vir com frequência para lhe fazer companhia. ㅡ se levantou junto com o fim do pronunciamento, o capanga que o escoltava o seguiu em seu movimento até a porta.

ㅡ Não se incomode tanto. ㅡ o respondeu baixo, mas não o bastante para não ser ouvido o devolveu um sorriso de escárnio quando os olhos do outro homem repousaram em si mais uma vez.

ㅡ Eles o deixarão mais que um roxo se sair antes que seja noite. ㅡ avisou.

Viu apenas o vislumbre de alguns veículos do lado de fora, quando a porta se abriu momentaneamente para a saída dos dois. O sol da tarde iluminando suas carrocerias vazias. Não sabia onde estava e não importava. Sabia que não duraria muito tempo.

JISUNG

Dor. Esse foi o primeiro alarme de seu despertar antes mesmo que os olhos pudessem captar alguma imagem ao redor.

ㅡ Ele está se mexendo. ㅡ as orelhas captaram, mas a visão ainda não se apresentava. ㅡ Acho que vi os olhos se mexerem. ㅡ o som estava distante.

Estava tudo meio turvo, talvez pela cabeça que ainda latejava. Mas diferente da visão, suas memórias não estavam nubladas. Lembrava com clareza da cena que o fizera perder a consciência, por isso se surpreendeu ao olhar para baixo e não ver nenhum vestígio de sangue ou sujeira, nem mesmo o cascalho cinzento e muro chapiscado o saudava no horizonte, pelo contrário, estava seguro no interior de uma casa que, olhando bem, não conhecia. Talvez não estivesse assim tão seguro.

Ergueu o torço em um impulso alarmado, mas a dor na costela retardou sua agilidade. A cada movimento o corpo o lembrava do golpe certeiro de Aisha.

ㅡ No seu lugar, eu não me mexeria tanto assim. ㅡ disse a voz, Jisung ainda estava muito atordoado para a nomear, mas deixou que o menino o ajudasse a se sentar, sentiu algo frio ser pressionado contra sua testa e imaginou ter feito algum som de desgosto, pois a voz reagiu mais uma vez. ㅡ Você tem sorte de ser eu cuidando de você agora, Minho queria terminar de acabar com a sua raça.

ㅡ Estou bem.

ㅡ Aham

Estava em uma sala de estar relativamente pequena, mas não tão pequena quanto a dos Lee e certamente mais minimalista com apenas um sofá preto e uma TV plasma fixada em um suporte amadeirado na parede. Às suas costas, uma escada levava a um andar superior do qual não via nada a não ser um quadro enfeitando a parede de seu corredor

♈Sósia♉| MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora