♈Sósia♉| Minsung

♈Capítulo 12 - Furo de Agenda

♈HAN

Em meio ao mar branco da arquitetura gregoriana, uma porta cinza se estendia até quase alcançar o teto. Era de um tom sutil que se diferia do branco por apenas algumas três nuances, mas ainda assim era diferente o bastante para se destacar. Não esperava menos da entrada para a ala Park da empresa.

Se colocando para dentro, deparou-se com mais das disposições daquele lugar que nada o impressionaram.

À primeira vista, o cômodo dispunha de um quadro gigantesco com toda a família Park presente. Pelo menos, aqueles ainda em atividade. Ao centro se punha o senhor Park sentado em uma grande cadeira adornada como aquela na sala de reuniões. Suas feições eram sérias e imponentes como Han lembrava dos poucos encontros. De pé ao seu lado direito, Junior tentava copiar a postura imponente do pai sem grande sucesso, logo após vinha sua esposa, senhora Park, os cabelos como ébano disciplinadamente presos a nuca. O único que parecia exibir uma expressão espontânea era o garotinho Junghee que, apesar dos lábios contidos em uma linha fina, com certeza por uma imposição da mãe, exibia olhos totalmente risonhos.

A presença da primeira senhora Park era anunciada apenas pelo anel robusto de prata que o senhor Park carregava na mão esquerda.

O cômodo, apesar de gigantesco, não abrigava o escritório de nenhuma dos Park naquela primeira entrada. Era apenas uma sala de espera com dois corredores opostos que levavam para o escritório de cada um.

Han levantou-se do sofá luxuoso em que se sentara quando ouviu alguém o chamar.

ㅡ Bom dia, senhor Jeon. ㅡ a mulher cumprimentou, estava nítida a surpresa estampada em seu rosto que foi rapidamente substituída pela feição esnobe de sempre. A senhora Park não era do tipo que se deixava ler em expressões. ㅡ Que inusitado vê-lo por aqui. Tem um horário marcado com o senhor Park?

ㅡ Na verdade, eu pretendia ver seu marido.

Han sustentou o olhar enquanto a mulher o olhava de cima a baixo.

ㅡ O senhor Jinyoung está ocupado no momento.

ㅡ Tenho certeza que ele abriria uma exceção a seu primo querido. ㅡ Sem que fosse convidado, Han rumou os pés até a porta do escritório. A mulher não deixou que continuasse em sua investida, colocou-se a frente de seu destino com uma agilidade muito elegante.

ㅡ Não vejo o que de importante pode ter de tratar com meu marido, Jeon. ㅡ seu tom cordial se perdeu por um momento ao pronunciar o sobrenome. ㅡ Alguns de nós têm interesse no bem-estar dessa companhia e se preocupam com assuntos menos supérfluos que bailes sazonais.

Aquela ofensa não havia nem sida direcionada a ele de verdade, mas ainda assim doera em seu âmago. Não que se importasse muito sobre, a cara de pau vencia em todos seus personagens.

ㅡ O seu marido saberá o que de importante tenho a tratar com ele. Por isso solicitei ele e não você, senhora Park. ㅡ tentou não se divertir muito com a expressão desgostosa e ofendida da mulher, apenas aproveitou do choque momentâneo para avançar porta a dentro. A senhora Park chegou logo em seu encalço no cômodo vazio.

ㅡ Como pode ver, o senhor Jinyoung não pode atende-lo no momento. ㅡ Han sabia daquilo, vira seu carro dobrando a esquina quando passou pela cafeteria da Coroa. Era capaz de ele estar mesmo ocupado em seus encontros extraconjugais no meio da tarde. Talvez fosse por isso que os ombros da senhora Park pareciam sempre tão tensos. Precisava muita força neles para segurar tantos chifres. ㅡ Sugiro que volte em outra ocasião.

O escritório do primo irritante parecia muito com o de Jisung. As paredes eram brancas como em toda a empresa e a disposição de móveis era praticamente idêntica com exceção da área da estante que ali era substituída por prateleiras de troféus e medalhas de conquistas, intercaladas com fotos de Park mais novo recebendo cada uma delas das mãos de um homem diferente. Extremamente egocêntrico e exibicionista.