1 mês e meio depois
🦾❄️
Tinha voltado pra Delacroix com Sam, na esperança de me fazer melhor.
Não funcionou.
O amor da minha vida estava morto, eu nunca amaria ninguém mais como eu amava ela.
Eu queria poder ter apenas mais cinco minutos com ela... pra dizer tudo que eu queria, dizer como ela havia me curado por dentro também...
Ouvi uma batida na porta.
Sarah entrou com um pote de comida, deixou em cima da mesa e sentou ao meu lado no sofá
- Trouxe comida
Assenti como agradecimento.
- Você precisa sair um pouco daqui - ela disse
Fechei os olhos me encostando no sofá
- Eu pretendia trazer ela pra cá depois de tudo - comecei - ela ia amar... vocês duas iam se dar bem.
Sarah deitou a cabeça no meu ombro
- Eu sei como é perder alguém. Vai levar um tempo pra você...
- Superar? - perguntei
Ela riu
- Não existe superar pra esse tipo de coisa. Você não supera, apenas aprende a viver sem.
Aquelas palavras doeram, seria uma dor que nunca iria embora.
- Tenho algo pra você
Ela tirou do bolso um pedaço de papel, uma carta
- Não está separando a correspondência faz quase dois meses, essa carta tava lá fora.
Pequei delicadamente da mão dela. O envelope não dizia nada, apenas com um selo e uma frase "para James"
Abri o envelope, tirando o papel de dentro.
A letra havia sido escrito à mão, e ocupava toda uma página.
"Querido James...
Eu imagino a dor que está sentindo. A culpa de ter que deixar você provavelmente me seguiu até depois da morte. Se serve para seu conforto, seus olhos azuis e seu sorriso era tudo oque eu conseguia pensar antes de ir...
Não tenho palavras pra descrever o quão grata eu sou por tudo oque fez por mim... não há ninguém que poderia ter me curado do jeito que você me curou. Você pegou pedacinho por pedacinho e colocou tudo de volta.
Há apenas uma última coisa que eu gostaria que fizesse. Junto desse envelope há um papel com um endereço. Vá até ele... apenas vá. Faça isso por mim.
Eu te amo mais do que todo o mar, que todo o oceano.
Ass: sua lagostinha"
Terminei de ler, nem percebi que havia derrubado uma lágrima. Aquela era a letra dela, o traço dela.
Sarah lia a carta do meu lado, ela levou a mão a boca chocada.
- Preciso saber de onde isso veio - falei
- Precisa ir onde ela pediu
Me virei pra ela, nos encaramos
- Bucky, se eu recebesse uma carta dos meus pais dois meses depois deles terem morrido, com um endereço, não pensaria duas vezes antes de ir.
Me voltei pra carta. Depois peguei dentro do envelope um pedaço de papel de papel dobrado.
E ali estava o desenho que ela estava fazendo de mim naquela noite. Era oque eu precisava pra saber que aquela carta era real, e pertencia mesmo a Valerie.
Entreguei o desenho pra mulher ao meu lado, e peguei mais um pedaço de papel dentro do envelope.
O endereço estava ali. Uma cidade na Suíça.
Era o país que ela gostaria de ser, que ela gostaria de morar. Tínhamos conversado sobre isso no dia do nosso primeiro beijo...
Me levantei
- Estou indo pra Suíça
Sarah se levantou e sorriu
- É assim que se fala.
[...]
Desembarquei em um vilarejo perto de Bern, capital da Suíça. Estava nevando, e frio.
Passei em um café pra fugir do frio, e lugar estava vazio.
Fiquei ali até que a tempestade de neve que começou fosse embora.
Se passaram vinte minutos, eu já estava impaciente, a neve diminuiu.
Pedi um táxi até o endereço, cheguei em um chalé em uma rua simpática. Paguei o moço, e toquei a campainha.
Ouvi passos até mim, e alguém abriu a porta.
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West Coast
FanfictionO propósito da minha vida toda era matá-lo. Mas como a vida não funciona do jeito que a gente quer, lá estava eu, toda boba por aqueles olhos azuis e o sorriso branco. Foi o maior erro da minha vida ter me permitido se apaixonar. Ou talvez o maior...