Alive

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Ouvi passos até mim, e alguém abriu a porta.

Minha pressão caiu, senti minhas pernas bambas e minha visão girar.

Ela estava ali, Valerie estava de pé na minha frente.

- Oi James

Meus lábios tremiam, não sabia dizer se era o frio ou o choque, talvez os dois.

- Vale-Valerie... - gaguejei - você... isso... você...

Ela sorriu baixo, seus olhos se enchiam de lágrimas assim como os meus, atravessei o pequeno espaço que tinha entre nós quando a peguei no colo a erguendo.

A risada dela ecoou dentro de mim, acendendo tudo oque havia se apagado, trazendo a vida que havia se esvaído.

Ela estava ali, aquilo era real, ela estava viva.

- Meu amor... - eu falei a girando - meu amor, você está viva

Ela segurou meu rosto com as duas mãos, o rosto era uma mistura de lágrimas com um sorriso brilhante.

- Está viva... é real, você é real - eu repeti aquilo pra mim mesmo

- Sim, estou viva - ela disse

Eu nunca havia sentido tanta euforia na minha vida, a coloquei delicadamente no chão.

Nos encaramos. Ela sorria de orelha a orelha, eu sorri também.

Devagar, nossos lábios se encostaram, nossas línguas tão familiarizadas uma com a outra dançavam em perfeita sintonia.

Nos distanciamos por falta de ar, encostando as testas.

- Como... como isso é possível? - perguntei baixinho - eu vi aquele lugar explodir...

Ela olhava pros meus lábios quando falou

- Depois que você saiu, alguém me apagou... eu achei que tinha morrido. Mas eu acordei. Eu estava em uma casa estranha, e Maya estava lá.

Arregalei os olhos, a tão odiada mulher.

- Ela te salvou?

- Ela sabia como desativar o dispositivo, e me tirou de lá. Ela não me disse porque. Apenas falou que foi uma contribuição por ter dado um fim ao nosso pesadelo.

Eu ri. A mulher que devia ter matado Valerie havia a salvado. Bendita seja a vida dela que salvou o amor da minha vida.

- Você está viva - repeti rindo - está viva!

A ergui e girei de novo, dois bobos rindo feito idiotas no meio do chalé aconchegante.

A colocando no chão, eu disse

- Eu senti tanto a sua falta... porque não apareceu antes?!

Ela engoliu em seco, e me convidou para sentar no sofá. Ela me encarou, parecia revisar toda a fala na mente.

- Eu... eu precisava de tempo. Pra por tudo no lugar. Agora eu estou livre mas... mas eu não sabia oque fazer.

- Pode vir comigo - falei sem pensar - tem espaço pra você em Louisiana, pode vir morar comigo.

Ela chacoalhou a cabeça

- James Eu não posso simplesmente me mudar.

A olhei estranho, apertando os olhos

- Pode sim! Você vai amar aquela cidade, as pessoas não julgam, vai se dar bem lá!

Silêncio, peguei as mãos dela

- Está tudo bem agora. A missão foi completa, você está livre. Podemos... podemos ser uma família.

Os olhos dela brilharam quando eu disse a palavra família.

- Por favor...

Ela se levantou, levantei também.

- Podemos... podemos ficar aqui por um tempo? Só até tudo se acertar, até...

- Oque se acertar? Não há nada a se acertar, já está tudo certo.

Ela sorriu baixo, pegando meu rosto de novo, me deu um beijo caloroso.

- Eu sei que está tudo certo, mas eu quero ficar aqui mais um tempo...

Me sentei no sofá, a puxando pela cintura e fazendo Valerie se sentar no meu colo.

Ela riu, dei um selinho nela e depois falei

- Sabe oque eu quero?

Ela sorriu

- Safado

🕷🩸

Estávamos deitados na minha cama, a coberta grossa ajudando a manter a temperatura de nossos corpos nus quentes.

O peito de Bucky me recebia tão bem quanto a areia recebe as ondas, ali, no braço dele era meu lar.

- Tem uma coisa que eu preciso te contar. - falei

Meu coração acelerou, ouvi o dele acelerar também. Eu precisava falar.

Encarei a lareira acesa na nossa frente.

- Quando eu estava presa, você sabe que Lewis fez experimentos comigo. Teve um dia... um tempo antes de você chegar, que ele injetou um soro.

Fechei os olhos

- Minhas veias queimaram, eu senti muita dor e desejei estar morta. Achei que aquilo fosse só pra tortura mas... naquele dia no barracão, quando ele apertou aquele botão, eu senti a mesma dor, a mesma.

James continuava em silêncio, querendo entender.

- Maya me resgatou, e daí eu descobri que...

Parei, respirei fundo, abri os olhos e me virei pra ele.

- Descobri que aquela injeção tinha o soro de super soldado.

Ele deu um pulo. Literalmente um pulo.

Nos sentamos na cama, meu corpo gritou com o frio que o atingiu ao sair do calor dele.

Nos encaramos. Supresa e choque percorreram os olhos azuis.

- Quer dizer que você...

- Sim.

- Meu Deus - ele se jogou na cama

Silêncio. Rastejei até ele, me aninhando em seu peito de novo.

- Eu não sei oque fazer agora. Foi isso que eu fiquei esse tempo sem aparecer. Eu precisava entender tudo oque estava acontecendo...

- Vamos amanhã pra Delacroix - ele interrompeu- prepare suas malas

- Mas James!

- Você não tem opção Valerie. Vamos dar um jeito nisso juntos.

Bufei

- Amanhã vamos pra casa - completou ele.

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