Capítulo 2

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Pinklink.

A cadeira balançava com o vento gélido que entrava pela janela aberta. A chuva havia parado de cair e a única coisa que restara era o céu nublado e escuro pela chegada da noite. Não nascia estrelas ali e ele sabia disso.

Lembrava-se da primeira vez que pusera os pés na cabana. A neblina a cobria e os céus estavam tomados pelas criaturas de capas negras. Era impossível ver o céu dali e as árvores e o lago que a rodeavam só serviam para isolá-la. Apenas quem era permitido entrava. As madeiras desgastadas das paredes pareciam que cairiam a qualquer momento, mas o lugar se mostrou forte com o tempo.

Sabia do perigo, e mesmo com a grande quantidade de feitiços que lançara ao redor da estrutura de madeira, a qualquer momento poderiam descobrir e então estaria morto.

Cortando o raciocínio, caminhou até a janela aberta e observou as enormes árvores. Não queria pensar naquilo. Queria evitar o máximo que pudesse, mesmo sabendo que não podia.

O breu da noite já chegava e logo nada lá fora iria poder ser visto. Fechou os vidros assim que o vento soprou novamente, trazendo o frio para dentro do quarto. A cadeira de balanço que havia trazido até ali, continuou com o seu incessável balançar por um tempo antes de finalmente parar.

Virou-se de costas para a janela e observou a cama onde a garota de cabelos emaranhados dormia. Viu o suor escorrer por sua testa e seus lábios se entreabrirem ao dizer algo. Por um momento achou que ela havia acordado, mas ao se aproximar notou que ainda dormia. A garota remexeu-se na cama e ele tinha a certeza que era outro de seus constantes pesadelos.

Colocou as costas da mão em sua testa, sentindo-a ferver e revirou os olhos.

— Ótimo, Granger — sussurrou irritado. — Ótimo.

Draco Malfoy se virou, saindo do quarto com passos rápidos e descendo as escadas. Chegou à cozinha, onde mais cedo tentara fazer algo comestível sem a ajuda de sua varinha.

— Pink — chamou, fazendo com que a elfo aparecesse em sua frente.

— Pode dizer, meu senhor — respondeu-o com a voz estridente.

— Vá lá e faça de novo o que quer que tenha feito para a temperatura daquela Sangue-Ruim abaixar — pediu, apoiando-se com os dois braços sobre a mesa de madeira e abaixando a cabeça.

Por que havia feito aquilo?

.

Hermione acordou sobressaltada. Seu peito subindo e descendo rapidamente. Os pesadelos, mais uma vez, tomaram conta de seu sono, perturbando-a.

Sentou-se na cama, ouvindo as molas rangerem e notando que continuava no mesmo quarto em que apagara. Percebeu o breu que se encontrava e tentou regular sua respiração e acalmar sua mente. Minutos se passaram, quando se sentiu mais calma pode ouvir a chuva fraca batendo no vidro da janela. Deixou seus olhos se acostumarem com o escuro e se levantou, indo em direção à janela, única fonte minima de luz que conseguia encontrar. Observou o escuro a fora, apreensiva. A lua não era vista dali, o que impedia sua iluminação natural e, de alguma maneira, a copa das árvores formavam sombras na escuridão, fazendo com que a paisagem ficasse assustadora.

As dúvidas ainda rondavam sua mente. Precisava saber de Harry e Rony. Precisava saber onde estava e sair dali, e precisava arranjar um modo de avisar aos dois que estava bem e, por alguma razão, com Draco Malfoy.

Não imaginava o real motivo para ele salvá-la e, muito menos, sacrificar sua vida para protegê-la. E principalmente, se aquele lugar era aonde os seguidores de Voldemort iam, por que os que estavam na floresta aquele dia não os acharam?

Spectrum (Dramione)Onde histórias criam vida. Descubra agora