Capítulo 4

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Lua.

Ainda raciocinava quando Hermione Granger saiu do quarto. A viu corar com a sua revelação e sabia que não careceria ter-lhe dito aquilo, mas foi maior do que ele mesmo, quase como se não conseguisse controlar suas palavras e seus lábios ao pronunciá-las.

Quando fechou seus olhos a escuridão não tomou apenas a sua vista, mas também sua mente. Apagou-se como se não houvesse nada lá para se recordar, para pensar, para imaginar, para falar. Tudo estava muito escuro e incompreensível. Quando a claridade voltou, tomou os seus pensamentos. Reviu todos os seus anos em Hogwarts em um piscar de olhos e no fim escutou uma voz. Uma voz baixa e doce que fez todos os seus músculos relaxarem. Ele não sabia dizer de quem era, mas sabia que a conhecia, ou, talvez, fosse apenas sua imaginação lhe pregando peças.

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A escada rangeu quando pisou no primeiro degrau para subi-la com uma pequena bandeja apoiada em seu braço; um pequeno frasco e uma sopa com aparência horrível sobre ela. Hermione engoliu em seco antes de continuar a subir. Foi o melhor que pode fazer sem utensílios e ingredientes na cozinha e se ele reclamasse já estava se preparando para lhe dar outro bom soco no nariz.

Chegou ao topo rapidamente e andou até o quarto onde o garoto estava deitado, aparentemente dormindo.

Do lado de fora se ouviam trovoadas e relâmpagos eram vistos ao fundo. Ali apenas chovia, dia e noite, então ela estava começando a se acostumar com isso, mesmo com tão pouco tempo de estadia.

— Malfoy? — Hermione o chamou ao colocar a bandeja na mesinha suja ao lado da cama.

Não houve resposta de imediato, mas após alguns longos segundos, Draco Malfoy gemeu como se estivesse com dor.

— Estou com o antídoto — continuou a garota, mesmo sem saber se ele realmente a estava ouvindo.

Mais uma vez a resposta demorou a vir, mas desta vez veio por meio de um sussurro.

— Está tentando me envenenar, Granger? — perguntou o loiro, arrancando um sorriso de Hermione.

— Se estivesse não teria arrumado algo que demorasse tanto para te matar — brincou.

Draco Malfoy ficou em silêncio por um minuto antes de virar a cabeça lentamente para Hermione e abrir os olhos, agora completamente negros. A garota assustou-se com o fenômeno e pegou o pequeno frasco da bandeja.

— É melhor você tomar logo. Não parece bem...

— Como sabe qual é o antídoto certo se não sabe o que eu tomei? — questionou confuso.

— Malfoy, não temos tempo para isso. Tome logo! — pediu impaciente, levando o líquido até ele.

Hesitante, Draco a deixou virar o frasco em sua boca, fazendo Hermione dar um leve suspiro de alívio por não ter que ficar insistindo.

— Então... melhor?

Malfoy fechou os olhos, mantendo-os assim por um longo período. Quando os abriu novamente, ela viu que as orbes cinzas voltavam a sua cor original, mas ainda continuavam escuras e opacas.

— Onde conseguiu o antídoto, Granger? — indagou, voltando para seu tom de voz natural.

— A sua elfo...

Draco levantou-se de súbito da cama, rompendo pela porta e deixando Hermione Granger falando sozinha.

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Spectrum (Dramione)Onde histórias criam vida. Descubra agora