Adeus (por enquanto).

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As burocracias já haviam sido feitas, todos os telmarinos já estavam cientes do seu futuro novo rei e que os narnianos voltariam a viver em harmonia com os homens.

Todos os lordes concordaram com as novas medidas e foi agendado para o dia seguinte a coroação de Caspian X.

Todos já estavam no castelo, os irmãos Pevensie alojados em seus quartos, podendo finalmente respirar aliviados pelo fim da batalha.

Mary estava em seus aposentos junto de suas amigas, e damas de companhia, Kenna, Grear e Aelin.

– Deve ter sido assustador. – comenta Kenna.

– Ficamos tão preocupadas. – complementa Grear.

– Eu tô bem agora. – Mary diz pensativa.

– Pelo menos agora as coisas vão voltar ao normal, não vai mais precisar se preocupar com essas políticas. – disse Grear.

– Não quero que as coisas voltem ao normal.

As damas olharam para ela sem entender.

– Quer dizer, eu quase morri por não saber me defender apropriadamente. Podia ter ajudado na batalha ou ter poupado que outros tivessem que me proteger. Eu odeio me sentir impotente.

– O que está querendo dizer? - Aelin pergunta.

– Eu gostaria de aprender a usar uma arma. Aprender a lutar. E eu não ligo se isso me deixa menos feminina, se eu me casar algum dia vai ser com alguém que tenha orgulho de quem eu sou, alguém que vai me entender.

– Acha que Caspian vai deixar?

– Se não deixar, eu vou importuná-lo até mudar de idéia.

O castelo estava bem movimentado, as barracas para as festividades após a coroação estavam se instalando nos gramados do castelo para que todos tivessem acesso.

As damas queriam dar uma olhada nas atrações, mas Mary disse que iria depois.

Caminhou pelo castelo até chegar ao jardim e viu ao longe, Susana e Lúcia caminhando.

Logo, ela teve uma ideia.

***

– Pedro também era muito teimoso sobre nós deixar lutar nas batalhas, mas eu nunca obedecia.

– Eu também pretendo usar essa técnica.

Susana estava posicionando o braço de Mary para ela aprender como se segura o arco.

– Mas vocês demoraram pra me deixar participar. – disse Lúcia.

– Porque você ainda era muito pequena.

Susana colocou a flecha nos dedos de Mary, que segurou firme.

– A verdade, é que não podemos esperar sermos salvas, temos que fazer isso nós mesmas. – disse Susana.

– Eu concordo. – respondeu Mary. – E obrigada por me ensinarem.

– É um prazer. – disse Lúcia, sorrindo.

Mary sorriu de volta, mas logo voltou a se concentrar no alvo à sua frente.

Ela fez como Susana ensinou, respirou fundo e ficou firme e quando se sentiu confiante soltou a flecha.

A flecha alcançou o alvo, não no centro, um pouco abaixo do centro, mas ainda sim no alvo.

E só por isso, Mary já estava pulando de alegria.

– Vocês viram isso?! – as rainhas estavam achando graça da animação da princesa, mas também estavam felizes por ela.

– Você foi ótima, tenta mais uma vez. – Susana deu a ela mais uma flecha.

Crônicas de Nárnia: Coração GuerreiroOnde histórias criam vida. Descubra agora