Que nos encontremos novamente

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O céu escuro finalmente se abriu, a luz adentrou e a chuva parou. A serpente estava morta e o nevoeiro sumiu.
Eles haviam conseguido.

– Edmundo, Mary, Caspian! Vejam! – Lúcia gritou a todos.

Quanto mais a névoa sumia, mais dava para ver vários botes se aproximando ao longe. Gael e seu pai pularam na água assim que viram Elane em um dos botes.
Lúcia e Edmundo assistiram esse reencontro sabendo que em algum momento também teriam esse reencontro com seus pais.
Todos gritavam comemorações e se abraçavam por terem conseguido passar por essa aventura.

Edmundo começou a procurar Mary para ter certeza de que ela estava bem, mas ela o encontrou primeiro e o abraçou.

– Que bom que tá bem. – ela sussurrou no meio do abraço.

Quando se separam Edmundo a beijou, feliz por tudo ter acabado. Mas agora a única coisa que deveria se preocupar era como dizer adeus.

– Lúcia! Ei, Lúcia! Eu tô aqui!

Lúcia ouvia uma voz familiar vinda da água e se aproximou para ver. Era Eustáquio, em sua forma de menino novamente.

– Eustáquio?! Edmundo, é o Eustáquio!

Edmundo, que ainda estava meio ocupado se virou e foi junto de Mary até onde Lúcia estava.

– Eustáquio, suas asas foram aparadas! – Ripship disse e se jogou na água ao lado de Eustáquio. – Quando o céu e o mar se junta, doces ondas lá espumam...– ele e Eustáquio provaram a água – hum, é doce mesmo.

Com isso, todos viram no horizonte uma grande parede branca que poderiam muito bem ser grandes nuvens.

– O país de Aslam, devemos estar perto. – disse Mary.

– Bom, chegamos até aqui. – respondeu Ed.

Os cinco, acompanhados de Ripship, foram num bote até lá. Quanto mais se aproximavam mais percebiam que a água branca não era espuma e sim várias flores brancas flutuando na água. Eustáquio contou como ele viu Aslam e como foi voltar a ser menino.

– Ser dragão não foi nada mal, eu acho...que fui um dragão melhor do que um menino mesmo. Desculpa ter sido tão chato.

Mary colocou a mão no braço dele para não deixá-lo ficar triste.

– Tudo bem, Eustáquio. Você foi um dragão bem legal. – Edmundo falou fazendo eles rirem.

– Meus amigos, chegamos. – Ripship avisou.

Eles viram a grande parede de ondas que se seguia a frente. Eles então desceram do bote e caminharam pela areia se aproximando, foi aí que viram mais uma sombra do lado deles, mas era uma sombra de leão.

– Aslam. – Eustáquio falou surpreso.

– Bem vindas, crianças. Agiram muito bem. Muito bem mesmo! Estão bem longe, e agora, a jornada acabou.

– Estamos no seu país? – perguntou Lúcia.

– Não, meu país fica pra lá. – ele apontou para além das ondas, onde dava para ver indícios de montanhas.

– Nosso pai está no seu país? – Caspian perguntou.

– Só pode descobrir isso por si mesmo, meu filho. Mas fique sabendo que se prosseguir, não há retorno.

Caspian olhou para Mary que forçava um sorriso, mas tinha os olhos tristes. Ele apertou a mão dela e ela assentiu com a cabeça.
Caspian deu passos lentos para perto das ondas e chegou a colocar a mão, mas não prosseguiu.
Ele se virou, com os olhos marejados e olhou para sua irmã com um pequeno sorriso.

Crônicas de Nárnia: Coração GuerreiroOnde histórias criam vida. Descubra agora