Tentações e Tempestades

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Os dias passavam no peregrino da Alvorada e todos passavam seu tempo como podiam. Caspian estava animado para o que iria encontrar nas próximas ilhas, Mary estava fazendo teorias sobre o que era aquela névoa verde e Edmundo estava preparando sua nova espada descascando a crosta antiga dela.

No geral, todos pareciam animados e também relaxados, o vento estava calmo, sem previsões para tempestades, todos menos Eustáquio, mas não era nenhuma surpresa.

Mary tinha acabado de conversar com o marinheiro que teve sua esposa levada pela névoa, obteve algumas informações interessantes, mas nada muito concreto. Ela decidiu que daria uma pausa nessa investigação, precisava de um tempo só para ela, talvez um bom livro.

Ela se dirigiu até o escritório, lá havia uma prateleira cheia de livros trazidos do palácio, ela insistiu para Caspian trazer, por mais que ele achasse um peso desnecessário.

Mary ficou na ponta dos pés para alcançar um livro na prateleira, mas acabou fazendo com que ele caísse. Mas antes que o livro pudesse atingir sua cabeça, uma mão o pegou.

– Oh, obrigada. – ela agradece Edmundo, que entrega o livro para ela.

– Disponha. Ah, você tem alguma coisa pra limpar a crosta da espada? O que eu estava usando quebrou.

– Claro, deve ter alguma coisa aqui.

Ela começou a procurar na mesa de Caspian.

– Acho que eu posso te dar um abridor de cartas, é bem afiado.

– Não vai fazer falta?

– A gente não recebe muitas cartas aqui. – Mary responde sorrindo.

– É claro– Edmundo sorri de volta. – Aliás, eu vi você lutando e foi bem impressionante.

– Obrigada, eu tive tempo pra praticar.

– Com o Caspian?

– Também. – ela hesita antes de responder. – Aqui.

Ela entrega um abridor de cartas para ele.

– Obrigado. Que livro é esse? – ele se refere ao que quase caiu na cabeça dela.

– Ah, é um romance, queria algo pra poder passar o tempo. Não pensar só em fidalgos e névoas o tempo todo seria bom.

– Sei o que quer dizer.

– Eu posso te emprestar um se quiser.

– Eu não sou muito de ler. – Ed diz meio envergonhado.

– E o que vai fazer quando o seu hobbie acabar? – ela aponta para a espada semi pronta.

Ele ri concordando.
Ele poderia ter dito que planejava passar o resto do tempo com ela, mas isso seria carente demais, ele pensou.

– Tá bom, o que você sugere?

Ela fica empolgada e se vira para a estante. Depois de analisar alguns títulos ela pega um livro com a capa verde e com um desenho de um navio naufragado.

– Aqui.– ela o entrega.

“ Histórias marítimas de embarcações famosas”

– Acho que você vai gostar, tem serpentes marinhas.

Ele ri. Ele realmente adora esse bicho.

***

Algumas horas mais tarde, já no pôr do sol, o peregrino da Alvorada chegou a outra ilha que parecia estar desabitada. Portanto, por causa do horário, resolveram acampar na ilha para explorá-la ao amanhecer.

Crônicas de Nárnia: Coração GuerreiroOnde histórias criam vida. Descubra agora