Última batalha

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Chegou a hora.
O Peregrino da Alvorada estava cada vez mais perto da Ilha Negra, e agora todos os tripulantes estavam no convés para ouvir as palavras encorajadoras de seu rei.

– Não importa o que aconteça aqui, cada alma de pé diante de mim mereceu seu lugar na tripulação do Peregrino da Alvorada. Juntos chegamos até aqui, juntos enfrentamos perigos e juntos, vamos enfrentar outra vez. Então, agora não é hora de cair na tentação do medo, sejam fortes, não se rendam. Nosso mundo, nossa vida em Narnia depende disso.

Todos olhavam inspirados para o Rei Caspian, conseguiam sentir sua força e eram acolhidos por ela. Mary, que estava de pé ao lado de Edmundo, sentia orgulho de seu irmão e qualquer temor que ela sentisse fora deixado para trás.

– Pensem nas almas perdidas que viemos salvar. Pensem em Aslan. Pensem em Nárnia.

Caspian mal conseguiu descer dois degraus quando a multidão gritou com vigor.

– Por Nárnia!!

Caspian olhava surpreso por ter conseguido inspira-los e ao olhar para sua irmã e Edmundo soube que tinha agido como um verdadeiro rei.

Aí entrar na ilha o nevoeiro logo se entranhou em todas as partes do navio. Névoas verdes iam passando de pessoa em pessoa, deixando marinheiros com olhares estranhos como se vissem algo.
Caspian ouvia a voz de seu pai, que soava desapontada com o rei que ele havia se tornado.
Mary também o viu dizendo que ela nunca seria boa o suficiente para governar, que ninguém nunca a levaria a sério.
Mas nenhum deles se deixou levar, eram apenas palavras que nunca sairiam da boca de seu verdadeiro pai.
Já Edmundo, ouviu uma voz que, infelizmente, o perseguia demais.

– Edmundo. – a voz suava da feiticeira branca o chamou. – Venha comigo, seja meu rei. Eu deixo você governar.

– Vá embora! Está morta!

– Não pode me matar, eu vou viver para sempre em sua mente, seu tolo.

– Não! – gritou o rei.

– Edmundo. – ele se virou ao ouvir Mary o chamando, e se lembrou que estava segurando a mão dela. – Você tá bem?

– Sim.

Um uivo foi ouvido entre o nevoeiro. Todos se apoiaram no deque para tentar avistar algum movimento. Somente havia grandes pedras na distância.

– Voltem! Se afastem!

– Quem está aí? – Edmundo perguntou.

– Não temos medo de você. – avisou Caspian.

Edmundo pegou sua lanterna e mirou nas pedras enquanto a voz ainda os ameaçava.
Ao morar a luz ele conseguiu ver um homem velho com barba e cabelos longos segurando uma espada.

– Caspian, a espada dele. – Edmundo apontou.

– Lorde Rupe? – Caspian se aproximou e mandou os homens abaixarem as armas.

– Vamos trazê-lo a bordo.

Mas antes que os homens pudessem pegar as cordas, Eustáquio se adiantou e pegou o Lorde deixando no centro do navio.
Ele imediatamente levantou a espada se sentindo ameaçado por todos. Edmundo, inconscientemente deixava o braço na frente de Mary para protegê-la.

– Longe, demônios!

– Calma, não viemos ferir o senhor. Eu sou seu rei, Caspian.

O Lorde se virou assustado e largou a espada no chão.

– Caspian? Milorde. O senhor não deveria ter vindo, não há como sair daqui.

– Já temos a espada, vamos! – Edmundo falou.

Crônicas de Nárnia: Coração GuerreiroOnde histórias criam vida. Descubra agora