Não percam tempo

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Mary arrumava-se para desembarcarem na próxima ilha, ela vestia um sobretudo verde que tinha uma abertura na frente da saia deixando amostra sua calça de couro. Ela usava seu cabelo solto apenas com uma trança indo do topo até atrás. A princesa ouve uma batida na porta de seu quarto quando ela estava indo pegar sua espada.

- Se for você Caspian, esse não é um bom momento. - avisa.

- Não é o Caspian. - a voz de Edmundo esclarece.

Mary abre um pequeno sorriso e abre a porta, parando na frente.

- Ele te mandou aqui?

- Não, só queria ver você.

A princesa quase esquece da recente discussão com seu irmão.

- Você tá bem? - ele pergunta.

- Vou ficar, não se preocupe. - ela pega sua espada e prende na bainha. - Vamos?

Eles começam a andar em direção aos botes para chegar à ilha e nesse caminho Edmundo cogita várias vezes se seria certo pegar na mão dela. Talvez não fosse o momento, pensou ele.

Finalmente chegaram à ilha e encontram um lugar praticamente abandonado, com ruínas e uma grande mesa no centro do lugar. A mesa, logo viram, estava cheia de comida como se um banquete os esperasse, e no fim da mesa, escondidos por galhos, estavam homens.
Homens velhos, que passado o susto, notaram se tratar dos lordes.

Eles reuniram as espadas na mesa, que era a mesa de pedra de Aslan, notou Edmundo, mas ainda faltava uma.
Logo após isso, uma luz azul brilhante se postou no meio da sala e tomou a forma de uma bela mulher loira.

- Viajantes de Nárnia, bem vindos.

Todos os marujos se ajoelham.

- Levantem-se. Não estão com fome?

- Quem é você? - Edmundo perguntou admirado.

- Sou Liliandil, filha de Ramandu. Sou a guia de vocês.

- Você é uma estrela. - comentou Caspian.

Ela apenas assentiu sorrindo.

- Você é muito linda. - Caspian disse com uma expressão maravilhada.

- Se for uma distração pra você eu posso mudar de forma. - avisou preocupada.

- Não! - Caspian e Edmundo disseram.

Lúcia apenas achava essa cena patética, já Mary quase achava engraçada.

- Por favor, a comida é pra vocês. Tem bastante para todos que são bem vindos à mesa de Aslan.
Sempre. Sirvam-se.

- Peraí, - interrompeu Mary. - O que aconteceu com eles? - Apontou para os lordes desacordados.

- Esses homens estavam quase loucos quando chegaram ao litoral, estavam ameaçando serem violentos entre si. Violência é proibida na mesa de Aslan. Então foram postos para dormir.

- Eles ainda vão acordar? - perguntou Lúcia.

- Quando tudo se acertar. Venham, não a tempo.

Os dois pares de irmãos seguiram Liliandil até a borda das ruínas, de onde dava para ver a ilha Negra.

- Em breve, o mal será irreversível.

- Aslan disse que para quebrar o feitiço era só pousar as sete espadas na mesa de pedra. - Caspian diz.

- Ele disse a verdade.

- Mas nós só achamos seis, sabe onde a sétima está? - Ed pergunta.

A estrela aponta para a ilha Negra.

Crônicas de Nárnia: Coração GuerreiroOnde histórias criam vida. Descubra agora