Capítulo 11

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Alina sentia que alguma coisa estava errada, fisicamente errada.

Ela suava frio e estava começando a tremer. Sua cabeça ainda latejava e seu estômago estava revirado. Lutava com todas as forças para manter os olhos abertos, mas ela sentia, que a qualquer momento poderia desmaiar.

Seus pulsos ardiam com o roçar da corda em sua pele, está tinha certeza de que estava sangrando.

- Fique quieta Starkov

O homem murmurou para ela. Alina o encarou enfurecida.

- Eu estou tentando achar uma posição confortável para não vomitar em você.

- Não estamos longe. Logo logo vamos amarrar você em um lugar melhor.

- O que ? Onde iremos parar ?

- É uma parada rápida. Não achou que chegaríamos na Corte nessa coisa capenga achou ? Temos uma carruagem especial para prisioneiros, ninguém está muito confortável de ficar perto de bruxas.

- Menos você não é mesmo, o mais resistente drüskelle. Isso é patético.

Ele ergueu a faca novamente, os olhos frios e a respiração acelerada.

- Cuidado com o que fala.

- Se me matar, eu não serei julgada, você não pode fazer nada com isso aí,  não tenho medo de você.

A faca agora estava no maxilar de Alina. Ela sentia a ponta da lâmina furar sua pele, sentia o sangue morno escorrendo. Seu coração estava acelerado, a adrenalina correndo pelo seu corpo. Ela fechou os olhos, quase rezando para que ele parasse, mas não disse uma só palavra. Ela pensou nas coisas que faria com ele, pensou em como se vingaria. Então ela abriu os olhos, olhou diretamente para ele.

- Vá em frente

Ela disse abrindo um sorriso, a lâmina cortando mais um pedacinho com o movimento de suas bochechas.

- Se já vão me julgar, que tenham pelo menos um motivo.

Ela impulsionou seu corpo para trás e o chutou com os dois pés amarrados o mais forte que pode. A faca caiu da mão do homem, seu nariz estava sangrando. Ela não esperou sua reação e o chutou mais uma vez, ele bateu a cabeça e apagou.

E então a carruagem parou.

"Tudo bem por ai?" alguém perguntou do lado de fora.

Alina se desesperou, a adrenalina correndo pelo seu corpo a fazia tremer. Ela se jogou no chão da carruagem tentando pegar a faca. Cada movimento doía alguma parte diferente de seu corpo. Ela tentava subir e descer a faca em movimentos rápidos, mas as cordas não pareciam se cortar nunca.

Então ouviu os passos fora da carruagem, acelerou ainda mais os movimentos. Até que ela sentiu a porta atrás de si se abrir e alguém a arrastou para fora. Ela foi puxada violentamente, sentiu seus pulmões perderem o ar quando suas costas baterão no chão. Puxou o máximo de ar que conseguiu e gritou, gritou o mais alto que pode, se debatendo e tentando levantar. Outro homem a segurou e pelos braços berrando em fjerdano, seu último movimento foi fechar os olhos quando viu a mão dele se levantar.


Alina pode ouvir vozes no fundo de sua cabeça, estava confusa, sem decidir se era um sonho ou se estava morta. Decidiu tentar abrir os olhos. A luz das velas a cegou por um instante, até que ela começou a enxergar os rostos ao seu redor. Uma criança de cabelos castanhos e bochechas avermelhadas estava no canto do que parecia uma caverna, ele estava com o dedo na boca e olhava para ela com curiosidade. Havia outro garoto, não deveria ter mais de 14 anos, estava usando uniforme de soldado. Alina se perguntou quem em sã consciência daria uma arma a um garoto, então se lembrou de Vasily, e de sua ideia estupida de diminuir a idade dos convocados para guerra, no mesmo instante se lembrou de seu corpo morto atirado no chão do Palácio, ela quis vomitar, mas tentou voltar a se concentrar no que estava ao seu redor. 

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