VIII

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Seulgi olhava as fotos de Irene que havia passado para o computador, não tinha se enganado, a outra era mesmo muito fotogênica. Resolveu imprimir todas e depois pedir uma segunda opinião para algum amigo de estúdio. Pena não ter tirado uma foto com o cabelo dela solto. Ainda lutava para entender o motivo de Irene ter saído correndo daquela forma.

Será que tinha dito algo errado? Puxou pela memória tudo que conseguia lembrar e não achava um motivo bom o bastante pra explicar a atitude dela. Até correu atrás dela para saber o tinha acontecido, mas
não alcançou. Amanhã tentaria perguntar e caso fosse pediria desculpa por algum inconveniente. Foi dormir com esse pensamento.

Com a casa toda em ordem sentia se muito melhor, aquela bagunça da mudança já estava atacando seus nervos, nunca achava nada em lugar nenhum, tinha abrir várias caixas e revirar tudo para encontrar o que procurava, agora tudo estava no devido lugar, seu TOC agradecia.

Preparou um café rápido, pão com
manteiga e leite de soja, não suportava leite normal, e por ultimo uma boa xícara de café bem encorpado e doce. Tinha uma sessão de fotos para fazer logo cedo, por sorte seria lá no estúdio mesmo.

Tirou a moto da garagem e foi buscar sua bolsa e o capacete, estava pronta para sair quando viu Irene e um senhor parados em frente a igreja. Resolveu cumprimentar a amiga, seria uma falta de educação enorme não fazer isso depois de toda ajuda que tinha recebido ontem e uma parte de si sentia vontade de ouvir a voz dela mais uma vez, uma voz baixa, tímida, diria até quase sofrida e triste.

Se aproximou dos dois para dar bom
dia, eles estavam de costas falando algo e apontando para igreja.

- Bom dia!

Os dois se viraram ao mesmo tempo,
enquanto o senhor parecia analisá-la,
Irene estava extremamente pálida, como se tivesse visto um fantasma.

Quem respondeu foi o senhor.

- Olá, bom dia. Como vai?

- Eu vou bem, e o senhor?

- Tudo como Deus quer. Sou o pastor
Sehun e essa é minha esposa Irene.

Ele disse isso estendendo a mão para
ela que ficou paralisada, aquele era o
marido de Irene? Um velho? Tinha idade para ser avó dela. Logo se deu conta de como estava sendo preconceituosa. Estendeu a mão em cumprimento também.

- É um prazer conhece-lo. Sou Seulgi, acabei de mudar aqui pra casa ao lado.

- Ah! É bom ter vizinho novamente.
Cumprimente a moça, Irene. Perdoe os maus modos dela. - Ele disse com certa arrogância.

Irene se aproximou de cabeça baixa e estendeu a mão. - É bom te conhecer.

Por um momento ficou sem saber como agir, já conhecia Irene, já tinham se falado, se ajudado, e ela agia como se fosse a primeira vez que se viam. Ficou confusa, mas entrou na onda, devia haver alguma explicação para aquela atitude.

- Prazer em te conhecer Irene.

A outra se retraiu mais ainda, dessa vez a palidez deu lugar a um vermelhão que se espalhou por todo rosto e pescoço. Seulgi chegou a sentir certa pena pelo desconforto da outra.

- Vou para o trabalho agora, só quis desejar um bom dia aos dois.

- Também já estou indo para o meu trabalho, venha a noite para o nosso culto na igreja.

- Desculpe senhor Sehun, mas eu não tenho nenhuma religião.

- Mais um motivo para aparecer no nosso culto. Existem muitas almas que ainda precisam ser salvas para o Senhor.

- Agradeço o convite, Senhor. Tenha um bom trabalho.

Enquanto Seulgi se afastava ainda pode ouvir o pastor dizer a Irene:

- Parece que encontramos mais um membro pro nosso rebanho.

Antes de subir na moto e arrancar, Seulgi ainda pensou "Vai sonhando, pastor, vai sonhando!"

A Mulher Do Pastor - SeulReneOnde histórias criam vida. Descubra agora