XIII

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O sono custou a chegar, todo o
relaxamento de antes foi pro espaço quando ouviu o pastor esbravejando na igreja, e ainda tinha aquela voz que simplesmente não saia da sua cabeça.

Quando finalmente dormiu, teve um sono agitado, com sonhos confusos, estava numa enorme catedral, todos os bancos estavam vazios e uma estranha névoa entrava pela porta central, o sol batia forte nos vitrais, fazendo tudo parecer um caleidoscópio. Caminhou até chegar perto do altar, seus passos ecoavam pelo chão de uma forma assustadora, então em algum canto da igreja alguém cantava, tentou ver, não conseguia achar, o desespero toma conta, tinha que proteger a voz, não sabia de que ou de quem, só tinha aquela certeza, precisa achar a voz e cuidar dela.

Se virou e deu de cara com pastor Sehun com um sorriso medonho no rosto, ele tentou acertar a cabeça de Seulgi com um livro.

Acordou suando e ofegante, parece que até em sonhos as pessoas queriam acertar sua cabeça. Fez uma anotação mental: "não exagerar no vinho quando fosse dormir, isso dava pesadelos".

Por sorte pegou novamente no sono, e sem pesadelos dessa vez.

Pela manhã, como ela esperava, encontrou Irene limpando a frente da casa e da igreja, sabia que Sehun já havia saído, tinha escutado o carro dele, aproveitou a oportunidade para falar com ela.

- Bom dia Irene.

A outra levou um susto, deixando a
vassoura cair no chão.

- Poxa Irene, vou ficar traumatizada, toda vez que digo "bom dia" você se assusta.

- Desculpa, eu estava distraída.

- Eu queria falar com você, tem um
tempinho na hora do almoço?

Ela parecia estar analisando as opções. Talvez tenha sido impressão de Seulgi, mas Irene parecia relutante em falar com ela.

- Pode ser. A que horas você almoça?

- Quando chegar venho até aqui te chamar. Ok?

- Tudo bem, eu te espero.

- Vou para o trabalho agora. Tenha uma boa manhã, Irene. - Se virou para pegar sua moto na garagem, quando resolveu voltar e perguntar. - Está tudo bem com você?

- Sim Seulgi, por que não estaria?

- Por nada não. Até depois então.

Por mais que Seulgi fizesse força para acreditar, Irene não parecia tão bem assim, vivia se assustando, sentia uma vontade enorme de poder fazer ela relaxar um pouco e se distrair, Irene era nova demais para ser tão séria.

A Mulher Do Pastor - SeulReneOnde histórias criam vida. Descubra agora