IV

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Estava entretida cuidado das plantas do jardim, era um dos poucos momentos bom do seu dia, revirar a terra, sentir ela nos dedos, plantar, ver o crescimento e a beleza que brotava do solo, era relaxante, era tão bom quanto ler, outra de suas paixões que ela fazia escondido de Sehun, a única leitura que ele permitia era a bíblia.

Não se deu conta quando Seulgi parou encostada no muro e ficou olhando ela trabalhar no jardim, só notou quando a outra falou.

— Bom dia Irene.

Pega de surpresa, Irene tentou levantar rápido mas por reflexo do que por qualquer outra coisa, e acabou caindo sentada no chão como resultado. Ficou vermelha de vergonha.

— Tudo bem Irene? Você se machucou?

Seulgi entrou pelo portão e estava
estendendo a mão para ela se levantar. Ia pegar na mão de Seulgi, mas se lembrou que as suas estavam sujas de terra.

— Oi, bom dia, eu estou bem, só me
desequilibrei.

— Ah bom! Por um momento achei que tivesse te assustado, você estava tão concentrada.

— Eu fico assim mesmo quando cuido de minhas plantas.

— Você tem um jardim lindo, queria ter espaço na minha casa para poder fazer algo assim.

— Pode plantar em alguns vasos, não é tão difícil assim.

— Talvez...Se eu comprar vasos você me ajuda a plantar?

— Claro que sim, me diga quando quer.

Agora Irene já tinha conseguido se levantar, notou a diferença de altura que existia entre ela e Seulgi, sentiu-se tão nanica e desajeitada perto dela.

— Preciso aproveitar que não trabalho hoje, nem amanhã e colocar minha casa em ordem. Está um caos, nem sei se consigo fazer tudo nesses dois dias.

Sem pensar muito e por impulso Irene se oferece para ajudar, sentiu vontade de morder a língua assim que acabou de falar.

— Posso te ajudar se quiser.

— Nossa Irene, quero muito, preciso demais de ajuda. Não vai te atrapalhar?

Passar um tempo perto de Seulgi não seria uma coisa boa, levando em conta todos os pensamentos conflitantes que ela causava mesmo sem se conheceram direito, mas agora não podia voltar atrás no que havia dito.

— Não me atrapalha, vou lavar e te ajudo agora se quiser.

— Sim, quero. Mas antes preciso que me indique um mercado aqui por perto, tenho que comprar algumas coisas e também tenho que devolver seu café.

— Tem um aqui perto.

Seulgi prestava atenção na explicação de Irene para chegar até o mercado, estavam perto e Irene podia sentir o cheiro de pasta de dentes e banho recém tomado. Como nunca havia notado isso em outras pessoas? Quase se perdeu nas explicações inebriada com isso.

— Fácil chegar. Obrigada Irene! Assim que voltar do mercado te chamo, sua ajuda vai ser bem vinda.

Enquanto Seulgi caminhava para casa, Irene não conseguia desviar o olhar, então entrou correndo em casa, lavou as mãos, os joelhos e se colocou a ajeitar o cabelo. Pensou enquanto se arrumava:

"Só estou feliz por arrumar uma possível amiga, é por isso que me sinto assim tão eufórica, é só isso, só isso, só isso..."

A Mulher Do Pastor - SeulReneOnde histórias criam vida. Descubra agora