XVIII

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No sábado Sehun acabou notando a
inquietação de Irene no café da manhã, antes de ir para o trabalho.

- Que é isso mulher? Por que não para de mexer as pernas? chega a balançar a mesa desse jeito. Parece até que está ansiosa com alguma coisa.

- Não é nada. Estaria ansiosa com o quê? Aqui nunca acontece nada.

Acabou respondendo de um jeito um pouco mais brusco do que pretendia, lógico que isso também não passou despercebido por Sehun.

- Controle esse tom Irene, sabe que não gosto de impertinências comigo, né?

Irene não respondeu nada, mas sentiu a revolta por dentro, nem havia falado tão alto assim, estranho que antes ficava chateada, mas não tão revoltada como agora, alguma coisa nela estava mudando e ainda não sabia dizer se era algo que faria bem para sua vida ou não.

Não respondeu nada, e foi até o fogão
preparar a marmita que ele levaria, às
vezes se sentia culpada por provocar a raiva dele, Sehun trabalhava todos os dias sem folga, talvez por isso fosse tão bruto e mau humorado.

Quando ele saiu ela foi mexer no jardim, precisava arrancar algumas ervas daninhas que tinham aparecido perto da roseira. Levou o celular junto, Seulgi ainda não tinha mandando nenhuma mensagem de bom dia.

Será que ainda estava dormindo? Será que já tinha enjoado de mandar mensagem para ela? Será...será...ficava passando mil coisas pela sua cabeça, todas pessimistas.

- Heyyyy babyyyyyy!! Helloooo!!!

Com o susto, mais uma vez Irene caiu de bunda no chão, não esperando aquela aparição brusca de Seulgi, pulando em cima do muro do jardim.

- Nossa, eu achei que você já não se
assustava comigo.

- Eu não assusto, Seulgi. Desde que você aja como alguém normal. Credo, que susto.

- Desculpa Baby, mas de sábado essa é minha marcha mais lenta.

-Sério, não quero ver sua marcha máxima. Nesse dias você faz como? da cambalhotas quando vai cumprimentar alguém?

- Hahaha! Mais ou menos isso sim. E então a aula de panquecas ainda esta de pé?

Se levantou limpando o excesso de terra que tinha nas mãos, passando pelo vestido.

- Está sim, mas você não disse a hora, pensei que fosse mais tarde.

- Você não me disse as lista de ingredientes, preciso ir no mercado comprar.

- Vou ali dentro anotar pra você. Espera ou levo na sua casa?

- Tenho uma ideia melhor. Vamos comigo ao supermercado, aí você ajuda com as compras e eu não vou ter como errar.

Aquela não era uma pergunta, a outra não queria saber se Irene podia ir ou não, era meio que uma intimação, não tinha nada urgente para fazer mesmo, então iria com ela, já começaria a aula ali, mostrando o que tinha que comprar.

- Vou lavar aos mãos.

- Enquanto isso pego a moto.

Estancou no lugar. Como assim ela ia
pegar a moto? Nunca tinha andando de moto em toda sua vida e sentia um medo terrível de cair, um primo tinha caído e ficado paraplégico. Não tinha como irem de moto, ela não conseguiria. Mas antes mesmo dela reclamar Seulgi já tinha saído correndo para casa.

Alguns segundo depois já estava parada em frente a casa de Irene com a moto ligada. Mas ela não havia conseguido sair do lugar nem para lavar as mãos, não podia andar de moto.

- E então, pronta?

- Seulgi, eu não sei se é uma boa ideia ir de moto.

- Qual problema? Vou tem medo de moto ou do que os vizinhos vão dizer?

Não se incomodava tanto com os vizinhos, nenhum deles era amigo, nenhum ia na igreja ou era conhecido de Sehun, era o medo de cair da moto que gelava e paralisava casa músculo no corpo de Irene.

- Eu...eu ...tenho medo de cair.

Baixou o rosto para os pés envergonhada. Seulgi desligou a moto e foi até onde ela estava.

- Olha só, eu prometo que vou bem devagar e se você entrar em pânico é só me pedir para parar. Combinado? Quer tentar? Senão vamos de táxi mesmo.

Sim, ela queria tentar, o medo era forte, mas a vontade de provar como era a sensação se tornou mais forte ainda.

- Ok, eu quero tentar. Mas promete não correr?

- Prometo.

Seulgi ajeita o capacete em Irene, coloca seu próprio capacete, liga a moto, e quando Irene sobe, não sabe onde segurar então escuta Seulgi dizer de forma abafada.

- Segura firme na minha cintura ok? Lá vamos nós. Um...dois...três...

Mal teve tempo de pensar e a moto já
estava em movimento, o corpo de Irene completamente colado as costas de Seulgi e o vento passando rápido pelas duas.

A Mulher Do Pastor - SeulReneOnde histórias criam vida. Descubra agora