XXXI

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Assim que entrou com a moto na garagem, a luz automática acendeu, esperou que Irene descesse da moto para estacionar mais perto da parede.

Quando tirou o capacete da outra ficou chocada, ela estava muito pálida, os olhos semicerrados como se estivesse drogada e apesar do casaco grosso que vestia, ainda assim tremia muito, tinha os lábios arroxeados, então pode ver o machucado no canto da boca, parecia que tinha levado um soco.

Sentiu uma raiva tão grande do pastor
Sehun, uma raiva quase homicida. Para piorar ainda mais o quadro, tinha os pés descalços machucados de andar pela calçadas cheia de pedrinhas.

Já começava a sentir o frio fazer seu corpo doer, tinha que levar Irene para dentro e dar um jeito de reverter esse possível quadro de hipotermia.

— Vem Irene, precisamos entrar.

A morena estava muito desorientada.
Seulgi não queria pegar na mão dela, tinha medo da reação, a palavra NOJO ainda ecoava muito forte na sua mente, mas não teve outro jeito, por sorte Irene não impôs nenhuma resistência  foi puxada para dentro de casa.

O alívio que sentiu quando o vento parou de açoitar o seu corpo, foi como uma benção, apesar de ainda estar muito frio mesmo dentro de casa. Levou Irene até o quarto.

O certo seria enfiá-la debaixo de um chuveiro de água quente ou uma banheira fumegante, mas ela estava confusa e fraca demais, não conseguiria fazer isso sozinha e não deixariam que Seulgi bajudasse.

— Olha Irene, agora vou tirar o seu casaco para você deitar mais confortável. Agora deita aqui... Vou pegar uma meia para colocar nos seus pés.

Cobriu o corpo dela com um edredom
de pelúcia e foi procurar a meia na gaveta, descobriu só os pés e colocou, estavam gelados e ficando com os dedos roxos.

Nessa hora se deu conta de como havia sido um milagre encontrar ela na praça, se tivesse que passar a noite toda lá, provavelmente não resistiria ao frio.

Ia sair para preparar algo quente para ela beber, quando a voz fraca chamou.

— Seulgi... Não vai embora.

— Eu não vou, só quero preparar algo quente pra você beber, volto logo.

— Promete?

— Tem a minha palavra.

Correu até a cozinha, queria fazer algo bem rápido então pegou um sachê de cappuccino e preparou no microondas, o gosto era horrível mas era quente.

— Pronto já voltei, agora você precisa beber isso ok? Vou te ajudar a sentar.

Encostou o travesseiro na cabeceira da cama e ajudou a outra a sentar. Sentia uma apreensão cada vez que tocava em Irene, imaginava que de uma hora para outra ela iria brigar, xingar, mandar Seulgi se afastar, fazia de tudo para tocar nela o mínimo possível.

Irene não conseguia segurar a caneca, teve que ajudar ela tomar com cuidado para não derramar no corpo o líquido quente. Fez uma brincadeira para quebrar a tensão que sentia, mas sem muito sucesso.

— Esse café é terrível, né? Parece que foi coado em uma meia suja.

Não teve nenhuma resposta, assim que acabou de beber, fez Irene se deitar mais uma vez. Ficou ali de pé por um tempo olhando ela, queria ver sinais de melhora na outra, mas parecia tudo igual. Irene fala num sussurro.

— Eu não consigo me esquentar.

Jogou outro coberta por cima dela, mas nada parecia fazer efeito. Não sabia mais o que fazer. Então deixou todos os temores de lado, tirou a própria roupa ficando somente de calcinha e sutiã deitou junto com Irene.

— Calma, não vou fazer nada, só preciso te esquentar com meu corpo, não vejo outro jeito, por favor, não me entenda mal. Vire de costas para mim.

Colou seu corpo ao de Irene que estava gelada e tremia descontroladamente. Passou um dos braços por baixo do ombro dela e com outro ficou fazendo fricção nas costas e braços.

Aos poucos a temperatura de Irene foi ficando bem próxima a sua os tremores diminuíram e ela relaxou. Seulgi imaginou que tivesse pegado no sono, então se soltou para sair da cama com cuidado. Sentiu a mão dela segurar a sua.

— Por favor, fica aqui comigo Seulgi.

A Mulher Do Pastor - SeulReneOnde histórias criam vida. Descubra agora