Caçados (Repostado)

Aquele Pianista

A cada batida de um casco no solo fazia os ouvidos felinos de Bokuto e Kuroo mudarem de direção, vez ou outra, para os lados ou para a frente, mas sabiam quando e onde atacar.

O local podia estar escuro, porém nada frustrante para os dois animais que participavam daquela raptura.

A carroça, na qual o casal se encontrava, era fechada por cortinas vermelhas, contendo pequenos detalhes em ouro e prata no exterior. O automóvel era puxado por dois cavalos negros e, estes, guiados por um cocheiro de porte nobre, tudo na carroça indicava que eram sujeitos valorosos.

Portanto, em consequência de se apresentarem, exatamente, na posição combinada pelo grupo, Kuroo se transforma novamente em humano e avança nos cavalos.

-Agora!

Os equinos relincham assustados e o cocheiro logo puxa suas rédeas em sinal de espanto, fazendo a carroça parar abruptamente e chamar a atenção do casal.

-M. Leon?  Qu'est-il arrivé?

O silêncio do breu responde a mulher ruiva de vestido branco, mas sua garganta, rapidamente, é pressionada por uma lâmina fria e afiada, a fazendo tremer levemente.

-Saia do automóvel, por favor.

O homem, antes pantera, pede portando um sorriso zombeteiro, algo que funciona ao ve-los descerem e ficarem na frente dos quatro criminosos. Daichi não gostava muito da maneira que agiam, mas os dois nobres mereciam, iriam comprar Beasts como se fossem animais afinal.

-Qual é o nome de vocês?

Bokuto pergunta os analisando de perto. O homem parecia mais assustado que a mulher, esta que os encaravam irritadiça, possivelmente, o susto já passara.

-Qui pensez vous être ?? Nous sommes nobles! Et s'ils découvrent, ils l'ont fait-

-Você tá brincando com a minha cara.

Tooru revira os olhos com extrema indignação, sem dar importância para o que a mulher falava.

-O que ela tá falando?

Bokuto questiona confuso, aparentava ser outra língua.

-É francês.

Daichi coça o queixo pensando em outro jeito de se comunicar com a moça.

-Ela é FRANCESA!

Oikawa circula ainda alterado, deveria ter estudado essa língua quando ainda podia na sua família, mas escolheu ter aulas de caça. Nesse momento, se arrependia até a alma.

-Mas se eles viriam negociar aqui na Inglaterra...

O lince começa a pensar alto enquanto examinava o rosto medroso do homem, ele tinha cabelos tão negros que chegavam a ser azulados, assim como seus olhos.

-...eles deveriam saber alguma coisa de inglês... não é?

Koutaro conclui seu pensamento chamando a atenção dos amigos, fazendo Kuroo apertar a lâmina contra a faringe do homem medroso.

-Fale a nossa língua.

O sujeito engole um seco, mostrando que ainda não tinha entendido o que seu sequestrador dizia.

-Ele não fala inglês. Entretanto, eu falo...

O sotaque da mulher ruiva era forte mas possível de compreender, tal acontecimento surpreende a todos, menos o cocheiro e o acompanhante covarde.