Acariciando Feridas

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...

-Tsukishima!!

Hinata fecha rapidamente a porta atrás de si, logo repreendendo o homem que se encontrava sentado no chão com vários papéis espalhados em volta dele.

-O que foi?

O loiro pergunta sem olha-lo, demonstrando desinteresse na voz, ato que indigna o ruivo.

-Seu-... Olha...

Kei se levanta largando uma das páginas que segurava e anda até o menor, o prensando contra a parede na medida que tentava se explicar.

-Yama- yamaguchi não se sente confortável quando p-pegam os poemas dele, e-

-Não são poemas...

-Hãm?

Expressa uma feição confusa, o olhando de baixo para cima e notando a enorme diferença de tamanho que possuíam, nunca tinha reparado naquilo... aquilo o assustava as vezes.

-Como não são poemas??

Pergunta já longe do caçador enquanto o olhava indignado, conhecia Tadashi há mais tempo que ele!

-São letras de músicas.

Senta no mesmo lugar que estava, se focando novamente na tinta que formava os curiosos escritos.

-Qual é a diferença?!

-Eu conheci Yamaguchi há muito tempo atrás.

O ruivo se assusta com a informação repentina, mas ainda podia andar até o mais alto que já guardava os papéis em uma bolsa de couro.

-C-como assim?

-Quando éramos crianças, fomos para o refúgio dos Beasts que meu irmão havia planejado, e lá, eu e ele, exerciamos a função de abafar o som das pegadas dos seus amigos...

Shoyou sente o alterar de sua voz no final da frase, mas prossegue em continuar a ouvir. Kei nunca tinha se aberto com ele.

-Eu tocava piano e ele cantava... Cantava muito bem.

Sorria minimamente para si mesmo, algo que alegra o coração do ruivo, pois mostrava que podia se importar. Tsukishima sai do lugar e deposita a bolsa no lado direito da cama, em seguida, ands para o lado oposto, sempre sendo observado, confuso, pelo mais baixo.

-Que bom que acha isso, mas-

O mesmo é interrompido por um barulho vindo da entrada, esboçando a imagem de Tadashi com um pote em mãos, portando alguma substância pastosa em seu interior.

-Hinata? O q-que faz aqui? Estava te procurando...

Formava um sorriso nervoso nos lábios, contaminando os sentimentos da raposa. Deveria contar a Yamaguchi o que Kei estava fazendo?? Ou deveria perguntar sobre o passado dos dois? Tantas dúvidas em sua mente que o faz resolver de um único modo.

-Obrigado Yamaguchi!! Mas Kageyama pode fazer isso por mim!!

Vai em sua direção afim de agarrar a pasta velozmente e sair daquela situação difícil.

-E-está bem...

O esverdeado concorda constrangido e sem entender tal atitude, ao mesmo tempo que via o amigo correr pelo corredor.

-O que deu nele?

O loiro dá de ombros ao mesmo tempo que se ajeitava para dormir, não contaria a ele.

🔹🍁🔸🌲🔸🌻🔸🌲🔸🍁🔹

-Oh! Idiota!

Kageyama reclama pelo barulho estrondoso que Hinata produzira na porta fechada, o fazendo levantar da cama e ir até o menor afim de tirar satisfações.

-Por que bateu desse j-

-Shi, shi, shi!

O dedo indicador de Shoyou o interrompe ao ser posto em seus lábios, o que faz Tobio ruborizar pelo ato, entretanto, parecia que a raposa estava se importando mais com os acontecimentos de fora do entre dentro daquelas quatro paredes, irritando o moreno.

-Não me peça para calar a boca, bastardo!

Fala retirando, em um empurrão, as mãos do ruivo.

-Ai!

O Beast reclama com dor ao sentir uma pontada nos pulsos, quase derrubando o pote que fora sustentado pelas mãos do caçador em um minuto de reflexo. Tobio se esquecera dos ferimentos.

-Des-desculpa.

Prontamente, pede perdão ao tirar totalmente o pote de suas mãos e olhar com preocupação para os pulsos machucados. Ainda se sentia culpado por aquilo.

-Kageyama...

O ruivo o chama em um murmúrio envergonhado, sendo correspondido por um olhar atensioso do próximo.

-Você pode passar em mim?

Pede, indicando, com a cabeça baixa, o pote.

-S-sim...

O caçador o direciona até a cama e o faz sentar em sua ponta com calma. Lentamente e em silêncio, o mais alto pousa três de seus dedos na substância, os mexendo afim de adiri-la mais e possuir mais dela. Estava focado no processo, mas Shoyou se concentrava, exclusivamente, em sua delicadeza, no quanto Tobio podia lhe surpreender por ser carinhoso, afetuoso do seu jeito, mas ainda assim, disposto a doar amor.

-Me avise se começar a arder...

Acena a cabeça, concordando com ele. Vagarosamente, seus dedos lhe tocam e passam com leveza por sua pele martirizada.

-awnt..

Exprime dor contidamente, para que o ajudante não parasse de o tratar, porém Kageyama estava atento a suas reações tão espontâneas.

-Fale quando doer! Se está doendo me diga!

Briga sem levantar a voz, mas parando de passar o guento ardente.

-Não está doendo...

Dá um riso misturado com dor no final da afirmação, deixando a ponta de uma de suas lágrimas à mostra no canto de seu olho.

-Mas em mim está...

Com a mão livre da pasta, o caçador coloca a mão na lateral de seu rosto e o acaricia portando apreensão na face carrancuda, o que surpreende a raposa má envolvida na vida romântica, aquilo era sinal de que poderia o beijar?

-Não foi você que fez isso.

Diz inconsciente, logo se repreendendo por não controlar a própria língua.

-Então foram as algemas?

Pergunta retórico olhando com raiva para Shoyou ao retirar a mão, como podia aceitar maus tratos tão facilmente?! E ainda tentar aliviar a dor de seu carcereiro.

-Vamos dormir.

Tobio se levanta apressado do leito, colocando a pomada sobre uma cômoda e logo se deita de costas para o ruivo.

Com hesitação, Hinata se move até o grande corpo do caçador e o toca com medo, acarinhando, com leveza, o braço de Kageyama, com o objetivo de o acalmar e o fazer não se sentir culpado.

-Não se sinta assim, seu caçador idiota. Tem coisas que não podemos evitar.

Suas carícias eram tão leves que o moreno nem sequer notava o contato, mas ouvir as consolações do menor o ajudara a ser pego pelo sono.

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Caçados (Repostado)Onde histórias criam vida. Descubra agora